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Greenspan diz que juros nos EUA continuarão em alta

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan, disse nesta terça-feira que as altas "medidas" de juros continuarão, apesar de a inflação estar sob controle por enquanto. Em seu discurso o Comitê de Finanças da Câmara de Representantes, Greenspan também afirmou que a economia dos EUA mantém um bom ritmo de crescimento, mas o déficit comercial pode ter um prejuízo nos próximos trimestres. O mercado cambial reagiu imediatamente às declarações de Greenspan sobre a futura alta dos juros e o dólar atingiu sua maior cotação em 14 meses frente ao iene japonês e também subiu em relação ao euro. Mas as palavras de Greenspan causaram desalento entre os investidores e quedas nos índices das principais bolsas dos EUA. "Nosso diagnóstico básico da economia dos EUA é de um crescimento econômico sustentado e pressões de inflação contidas", disse Greenspan. O presidente do Fed acrescentou que "para que isto continue assim, seria necessário que o Fed continue reduzindo a política monetária flexível". A "política monetária flexível" foi aplicada desde janeiro de 2001 até junho de 2004 e levou a taxa de juros interbancários a seu nível mais baixo em 46 anos (1%), a fim de estimular gastos dos consumidores, que equivalem a mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Decisões do Fed No último ano o Fed aplicou aumentos sucessivos de um quarto de ponto percentual na taxa de juros de referência, que agora está em 3,25% ao ano. O presidente do Comitê de Finanças da Câmara, o republicano Michael Oxley, compartilhou a percepção otimista de Greenspan e disse que "com 14 trimestres consecutivos de crescimento econômico, há mais notícias boas para os consumidores nos EUA". "A inflação foi mantida sob controle, os preços de bens e serviços não subiram durante junho, os preços para as empresas, isto é, o índice de preços de produtor, caíram um pouco. Isto sugere que as empresas puderam lidar com os recentes aumentos nos preços da energia", acrescentou. Greenspan apontou que os altos preços da energia são um fator de risco para a continuação do crescimento econômico e apontou que o déficit comercial seguirá sendo um lastro nos próximos trimestres. Nos cinco primeiros meses deste ano, os EUA acumularam um déficit comercial de US$ 284,004 milhões, comparados aos US$ 236.002 milhões do mesmo período do ano passado. Durante 2004, o déficit comercial dos Estados Unidos alcançou a marca sem precedentes de US$ 617,583 milhões. No entanto, em abril e maio deste ano este déficit caiu, o que significa que poderia ser registrado um aumento maior do PIB do que o previsto inicialmente. Mesmo assim, muitos analistas acham que o aumento dos preços do petróleo, a firme demanda de produtos estrangeiros por parte dos consumidores dos EUA e o crescimento econômico mais lento dos principais parceiros comerciais do país poderiam continuar nutrindo o déficit comercial.

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