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Greenspan insiste em corte nos impostos

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, reiterou que há necessidade de corte nos impostos. "É preferível um corte nos impostos, para reduzir o superávit (orçamentário) ao longo do tempo, do que a implementação de novos programas de despesas," Greenspan disse. Ele observou que o Comitê de Orçamento do Senado (CBO) projetou, no ano passado, um superávit federal de US$ 5,6 trilhões por mais de 10 anos. Nesta semana, este número foi revisado para baixo, em US$ 4 trilhões. O CBO e a Casa Branca estão dizendo que nos próximos anos fiscais serão registrados déficits orçamentários, em vez de superávits gigantes. Greenspan observou também que o CBO poderia ter chegado a uma conclusão diferente, há um ano, se pudesse prever alguns dos eventos de 2001 e as mudanças na economia. "Em vez de ter projetado um superávit de US$ 5,6 trilhões, teria estimado de US$ 4 trilhões," disse. "As projeções do CBO de um ano atrás implicavam uma queda expressiva de dívida reduzível até o início de 2007, o que me sugere alguma urgência em reduzir o superávit", disse Greenspan, acrescentando que o CBO teria previsto "um prazo maior para esta queda" se tivesse informações adicionais sobre 2001. Ele disse que não há qualquer perigo de um "acúmulo de ativos não-federais" até pelo menos a próxima década. Alan Greenspan disse ainda que a economia americana mostra sinais de estabilização, depois de mais de nove meses de recessão, mas alertou que uma recuperação econômica sustentada ainda não está próxima. No depoimento à frente do Comitê de Orçamento do Senado, Greenspan disse que "há sinais recentes de que algumas das forças que vêm reprimindo a economia desde o último ano começam a diminuir e a atividade começa a se firmar". Ele observou que as perspectivas continuam incertas. "Uma consideração importante sobre a atividade é o comportamento dos estoques industriais," que diminuiu rapidamente no último ano e deve começar a crescer em breve, estimulando o crescimento econômico, disse. "Mas tal ímpeto para a atividade não durará muito, a menos que um crescimento sustentado de demanda final apareça antes que se dissipem os efeitos positivos da mudança da condição dos estoques para acúmulo, de atual liquidação" Greenspan completou. Estímulo à economia Alan Greenspan disse que está "em dúvida" em relação à necessidade de um estímulo econômico, na atual conjuntura, e acredita que a economia norte-americana se recuperará sem qualquer estímulo. "Não acho que (o estímulo) seja uma questão crítica. Acho que a economia irá recuperar-se de qualquer forma", disse. A lei sobre estímulo econômico foi extinta no Senado no ano passado, mas legisladores se recusam a descartar tal tema. Senadores democratas planejam criar uma proposta reduzida até a quinta-feira, e republicanos ainda querem um plano mais amplo. Greenspan disse que o estímulo teria sido uma boa idéia quando a economia foi atingida pelo impacto adicional dos atentados terroristas de 11 de setembro. Desde então, no entanto, a economia melhorou. "Há três meses, o estímulo foi claramente uma medida desejável," disse Greenspan, acrescentando que o Congresso não conseguiu agir. "Felizmente, descobrimos que não precisávamos daquele seguro", acrescentou. Ao dizer que estava indeciso sobre a necessidade dos estímulos econômicos, Greenspan observou que ainda é possível que "algum estímulo adicional possa ajudar". Mas disse que há dois pontos com que se preocupar se qualquer estímulo for implementado nesta altura dos acontecimentos. "Um é que um estímulo poderia corroer a posição fiscal do governo. O outro é que um estímulo de curto prazo distorceria estrutura de capital", disse.

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