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Greenspan será conselheiro da Paulson & Co

Por Patricia Lara
Atualização:

O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) Alan Greenspan vai se tornar um conselheiro da Paulson & Co, a companhia de fundos de proteção (hedge fund) de US$ 28 bilhões, com sede em Nova York, que amealhou retornos espetaculares para seus investimentos durante o ápice da crise do mercado de crédito no ano passado. Greenspan vai fazer parte do conselho da empresa. Em entrevista ao jornal norte-americano Wall Street Journal, na edição de hoje, Greenspan disse que os EUA provavelmente já estão ou entrarão em recessão. O contrato com a Paulson é o terceiro de consultoria fechado por Greenspan, de 81 anos, após ele ter deixado o Fed em janeiro de 2006, depois de 18 anos como presidente e criado a sua própria empresa, a Greenspan Associates. O ex-presidente do BC norte-americano já tem acordos semelhantes com a Pacific Investment Management Co, que gerencia mais de US$ 700 bilhões, principalmente, em ativos de renda fixa, e com o Deutsche Bank AG, no ano passado. O livro de memórias de Greenspan, "A Era da Turbulência" foi lançado em setembro e permanece na lista dos mais vendidos. Greenspan afirmou que prestará consultoria para apenas um cliente de cada indústria e que a Paulson será o único fundo de hedge para o qual trabalhará. Além da Paulson, os outros dois clientes de Greenspan também amealharam retornos fortes com o colapso do setor hipotecário e imobiliário. No ano passado, um dos fundos de hedge de crédito da Paulson registrou um ganho de 590%, graças a apostas de que o setor imobiliário se enfraqueceria e que as hipotecas dadas a tomadoras com histórico instável de crédito registrariam queda no valor. Alguns críticos argumentam que Greenspan ajudou a alimentar a bolha do setor imobiliário ao manter a taxa de juro no patamar de 1% ao ano de 2003 a 2004 e ao elevá-la lentamente desse patamar. Greenspan defende que a taxa de juros baixa era necessária para eliminar o risco de uma perigosa deflação ou de geração de preços baixos. Segundo ele, as forças globais que mantiveram as taxas de juro de longo prazo em níveis baixos em várias partes do globo foram a principal razão para a disparada dos preços dos imóveis no mundo. As informações são da Dow Jones.

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