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Grendene lança grife de móveis no Brasil

TOG, criada em sociedade com o designer francês Philippe Starck, abre a 1ª loja no País

Por Marina Gazzoni
Atualização:

A Grendene, dona das marcas Melissa e Ipanema, e o designer Philippe Starck inauguraram ontem em São Paulo a primeira loja da TOG, marca global de móveis criada em sociedade pela fabricante de calçados e o designer francês conhecido pelo traço leve e contemporâneo. A grife chega ao mercado brasileiro com a proposta de oferecer peças de decoração personalizadas a preços acessíveis. Os produtos custam a partir de R$ 265 e utilizam um material parecido com plástico. A Grendene e Starck já trabalharam juntos no desenvolvimento de produtos para a Melissa. A partir de 2013, começaram a negociar uma parceria para criar a marca de móveis. Os outros acionistas da TOG são o fundo de investimento Santana, do banqueiro André Esteves, e o publicitário Nizan Guanaes. A Grendene é controladora da empresa, com 42,5% do capital total e 52,1% do capital votante.

Starck (E), Florence (C) e Schmitt fazem aposta em móveis acessíveis Foto: Werther Santana/Estadão

Uma das principais apostas da empresa é a possibilidade de oferecer ao consumidor um produto personalizado. Será possível, por exemplo, terminar de montar uma cadeira na própria loja. A marca também terá uma plataforma aberta de criação, na qual designers do mundo inteiro poderão montar suas peças da TOG e vender na plataforma, explicou Starck..

O designer lembrou que o design deixou de ser elitista nos últimos anos com a produção em massa de peça de decoração. "Mas isso gerou um mal-estar no consumidor. Porque as pessoas não querem ter uma cadeira igual à de todo mundo. Há uma necessidade de customização com baixo custo", disse, durante a inauguração da loja.

Atualmente, a marca é vendida por canais online e em lojas multimarcas em países da Europa, Ásia e Américas. Segundo a presidente da TOG, Florence Sentilhes, a empresa quer aproveitar a "flaghship" (loja-conceito) para trabalhar o posicionamento da marca no Brasil e testar a aceitação do produto.

Localizada no bairro Itaim Bibi, a loja paulista terá uma barbearia e um estúdio de tatuagem. O espaço também receberá eventos, como apresentações de música, encontros gastronômicos e cursos de extensão da Faculdade de Belas Artes.

Questionada por que a TOG lança a operação no Brasil em um momento de crise no País, Florence diz que "a visão é de longo prazo". "As crises vêm e vão. Temos de seguir com os negócios. A marca é global, não foi criada pensando só no Brasil. Mas é claro que temos uma conexão com o País porque o controlador é brasileiro."

Estratégia.

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A empresa nasceu com investimento inicial de R$ 52 milhões e previsão de alcançar um faturamento anual de R$ 100 milhões em dois anos. O lançamento da marca foi feito na Itália em abril de 2014, onde hoje funciona a sede da TOG e onde são produzidas as peças.

"Não vamos produzir no Brasil apenas porque o controlador é brasileiro. Vamos produzir onde for mais competitivo, porque precisamos ter um custo adequado para oferecer um preço acessível", disse o diretor de relações com investidores da Grendene, Francisco Schmitt.

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Segundo ele, a operação da TOG não tem sinergias com a da Grendene - a produção não será feita nas fábricas da empresa e não há planos de compra conjunta de mercadoria. "É uma nova oportunidade de negócios. Temos uma inteligência com a matéria-prima (plástico) no setor de calçados e podemos usar isso em outra indústria. Mas a TOG não foi criada para ocupar capacidade ociosa da fábrica da Grendene."

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