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Greve da Infraero continua em Viracopos

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e RIO
Atualização:

Os funcionários da Infraero dos aeroportos de Brasília e Guarulhos suspenderam ontem a paralisação iniciada na última quinta-feira contra o modelo de privatização do setor. Já os grevistas do terminal de Campinas optaram por manter a greve por tempo indeterminado. Representantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) passaram o dia tentando negociar o fim da mobilização em Campinas. A recomendação era que os funcionários voltassem ao trabalho para facilitar as negociações com o governo, que marcou para a próxima quarta-feira uma reunião com o Sina no Palácio do Planalto. O diretor financeiro e administrativo do Sina, Samuel Santos, acredita que o governo deve acatar algumas reivindicações que já vinham sendo exigidas pela categoria antes da greve, como as relacionadas à estabilidade dos trabalhadores da Infraero, data-base e equivalência salarial. "Acho que o saldo da mobilização foi positivo porque conseguimos que o governo voltasse a negociar", afirmou. Os funcionários do aeroporto de Brasília foram os primeiros a suspender a greve, ainda na manhã de ontem. No início da tarde, foi a vez dos trabalhadores do terminal de Guarulhos. Em Campinas, os funcionários da Infraero não aceitaram colocar um ponto final na paralisação mesmo após o governo acenar com uma nova rodada de discussão com o sindicato. O diretor de Administração da estatal, José Eirado, informou que, mesmo com a paralisação nos três aeroportos, não houve aumento nos números de cancelamento ou atraso de voos. Segundo ele, a greve atingiu com mais intensidade o transporte de cargas, especialmente no aeroporto de Campinas, que é especializado nessa atividade. Como eles decidiram seguir com a paralisação, a Infraero pretende montar uma força tarefa para agilizar o embarque e desembarque das cargas em Campinas. Segundo ele, os prejuízos para a sociedade ainda não podem ser medidos porque a paralisação tem apenas dois dias, mas, "serão visíveis à frente". A greve tem como objetivo alertar a sociedade dos riscos que a transferência privada de atividades como segurança aeroportuária podem trazer para o setor. Para a categoria, o governo deveria privatizar apenas a área comercial dos aeroportos, deixando o segmento de infraestrutura nas mãos da União. Pelo modelo de privatização anunciado, o governo vai exigir investimento mínimo de R$ 13,2 bilhões no aumento da capacidade dos três aeroportos. O prazo da concessão varia de 20 a 30 anos.

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