SYDNEY - A crise na companhia aérea australiana Qantas, que afetou 80 mil passageiros no mundo todo, entra neste domingo, 30, em seu segundo dia.
Enquanto um tribunal arbitral australiano tenta mediar a disputa entre o sindicato e a empresa, o governo australiano pressiona ambos os lados para que o problema seja resolvido.
No domingo, a primeira-ministra Julia Gilard disse que o impasse precisa acabar logo. O governo estima que "dezenas de milhões de dólares" estão sendo perdidos a cada hora.
As relações entre as partes pioraram desde agosto, quando a Qantas anunciou um plano de reestruturação, com a transferência de algumas de suas operações para a Ásia.
A Qantas possui 65% do mercado australiano de voos domésticos, mas os seus voos internacionais têm dado prejuízo. A reestruturação proposta prevê o corte de mil empregos, do atual quadro de 35 mil funcionários.
A escalada na disputa irrita o governo e representa uma vergonha para a primeiro-ministra, que recebia uma cúpula de líderes da Commonwealth em Perth. Dezessete dos líderes tinham voos reservados com a Qantas no domingo.
"Não há motivos para essa reação radical e exagerada," disse o tesoureiro adjunto e ex-sindicalista Bill Shorten à Australia Broadcasting Corporation. "Sessenta e oito mil australianos e a indústria do turismo foram grosseiramente incomodados por esta emboscada aos passageiros".
Gillard, criticada por não intervir na disputa mais cedo, disse ser necessário que as audiências judiciais em Melbourne resolvessem o impasse rapidamente.
"Nós tomamos essa ação porque ficamos preocupados com os danos à economia", disse ela a repórteres em Perth, onde a disputa ofuscou a reunião da Commonwealth. "O governo está pedindo o fim da ação".
As autoridades australianas recomendam que passageiros com voos marcados pela Qantas não se encaminhem até o aeroporto antes de se informar sobre seus voos. A Qantas precisa fornecer acomodação e refeições a passageiros que estão no meio de conexões.