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Greve de bancários faz cliente pagar mais por empréstimo

Por CÉLIA FROUFE E EDUARDO CUCOLO
Atualização:

Ao se depararem, no mês passado, com os bancos fechados por causa da greve, os correntistas acabaram apelando para modalidades mais caras de crédito, indicam dados divulgados na terça-feira, 29, pelo Banco Central. O saldo de operações com cheque especial, por exemplo, cresceu 4,3%, maior expansão entre as modalidades disponíveis para os consumidores. O rotativo do cartão, no qual entram saques e faturas que não foram pagas na data, teve o segundo maior crescimento, de 2,8%. Nos meses anteriores, essas linhas vinham crescendo a uma taxa mensal de 1%.Os números mostram também que, em setembro, a taxa de juros do crédito livre subiu pelo quarto mês seguido, para 37,2% ao ano, maior porcentual em 17 meses. Esse movimento reflete a elevação da taxa de juros básica da economia, a Selic, para 9,5% ao ano. As taxas podem ter sido influenciadas também pelo fato de os clientes haverem contratado empréstimos mais caros.O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que a greve reforçou uma tendência que já era observada: a do crescimento moderado do crédito. Em setembro, o saldo das operações de crédito aumentou 0,8%, o que é uma taxa menor do que a observada em meses anteriores. "É uma expansão moderada, em ambiente de estabilidade de inadimplência e de elevação das taxas de juros, em linha com o ciclo de aperto monetário", disse.Ele reconheceu, também, que os clientes tiveram maior dificuldade de acessar as linhas de crédito com juros mais baixos, como o consignado e o imobiliário. A contratação desses empréstimos depende da ida das pessoas aos bancos. Essas duas linhas apresentaram um desempenho abaixo do padrão no mês de setembro.Calote menorA inadimplência voltou a subir, de 3,2% para 3,3%, depois de cair por três meses seguidos, mas ainda está nos menores patamares em três anos. "Essa melhora reflete o crescimento da renda, a consciência em termos financeiros. E, por parte dos bancos, houve um aprendizado, com maior seletividade na concessão e mais critérios em termos de garantia e seleção do cliente", disse Maciel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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