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Greve de fiscais derruba importações na terceira semana

Por Agencia Estado
Atualização:

As importações brasileiras continuaram em queda na terceira semana de junho, refletindo principalmente a paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal nas aduanas de todo o País. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior, a média diária das importações na terceira semana foi de apenas US$ 152,8 milhões, a menor do mês, o que provocou uma queda de 11,6% em relação à média diária acumulada nas duas primeiras semanas, de US$ 172,8 milhões. "O resultado da balança está claramente distorcido pelo greve da Receita Federal, que afeta mais a liberação das importações do que as exportações", avaliou o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Para ele, o resultado não "representa a realidade do mercado". "As importações seriam muito maiores", ressaltou o especialista, que teme um impacto negativo forte na balança após o fim da paralisação, com a retomada da liberação das importações. "Estamos acumulando atraso nas importações, o que em última instância poderá significar déficits comerciais", avaliou. Os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as importações acumuladas no mês já caíram 30,3% comparativamente à média registrada em junho de 2001. Nesse período, houve queda nos gastos com combustíveis e lubrificantes (46,8%), produtos eletroeletrônicos (46%), automóveis e autopeças (44,3%), siderúrgicos (32,9%), equipamentos mecânicos (24,8%), químicos (21%), entre outros. Em relação a maio, a queda das importações nas três primeiras semanas de junho já é de 13,2%. Mesmo reconhecendo que a greve dos fiscais da Receita Federal "prejudica" a balança comercial, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, avaliou que o resultado comercial é positivo. "A balança está indo muito bem", disse Amaral. Amaral lembrou que ao final de maio a balança comercial já registrava um superávit acumulado em 12 meses de US$ 4,9 bilhões, valor próximo a projeção do governo de saldo comercial para este ano, de US$ 5 bilhões.

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