PUBLICIDADE

Publicidade

Greve deixa Buenos Aires sem carne bovina, pela 1ª vez

Por causa da falta de produtos, a inflação disparou. Preço da cebola subiu 250% nas últimas 2 semanas

Por Ariel Palacios e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Pela primeira vez na História, a cidade de Buenos Aires está totalmente sem carne bovina nos açougues e supermercados. Nunca antes, nem mesmo em situações de crise social, econômica ou política - como golpes de Estado, guerras civis, revoltas sociais e a hiperinflação - os habitantes desta cidade haviam padecido uma escassez de tal magnitude do principal prato da gastronomia argentina. Há 18 dias os agricultores argentinos realizam uma greve - que inclui piquetes nas estradas - contra o aumento dos impostos sobre as exportações agrícolas. Veja também: Cristina e agricultores tentam retomar diálogo Argentinos culpam Cristina por crise agropecuária no país Segundo o presidente da Associação de Açougues de Buenos Aires, Alberto Williams, 95% dos estabelecimentos em toda a Argentina não possuem carne para vender. Além da carne, escasseiam verduras, cujo desabastecimento chega a 50%. Os legumes, frutas e carne de frango também faltam. O presidente do Centro de Empresas Processadoras Aviárias (Cepa), Alberto Domenech, calcula que a paralisação do setor afetou a produção de frangos nos próximos seis meses. Na semana passada, por falta de milho e soja para alimentar as aves, as empresas dos setor tiveram que sacrificar 1,3 milhão de frangos de poucos dias de vida. Por causa da falta de produtos, a inflação disparou nos últimos dias. Desta forma, os argentinos choram mesmo antes de descascar uma cebola, já que seu preço subiu 250% nas últimas duas semanas. A batata registrou um aumento similar. O Secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, está pressionando os supermercados para que voltem atrás nos preços e restabeleçam os níveis anteriores à greve. Economistas independentes afirmam que a inflação de março poderia chegar a 3,5%, um recorde desde os tempos da crise de 2001-2002.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.