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Greve dos auditores afeta a indústria argentina

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

O governo argentino solicitou ao Brasil informações sobre a greve dos auditores da Receita Federal que está afetando vários setores da indústria argentina. "Qualquer greve que impede o fluxo de mercadoria prejudica as indústrias, especialmente neste caso, em que várias indústrias argentinas se abastecem de peças e insumos de Brasil", explicou o secretário de Indústria da Argentina, Fernando Fraguío. O secretário conversou com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no início desta semana, para "solicitar aos nossos colegas brasileiros que favoreçam o tráfego das mercadorias e encontramos boa vontade e predisposição em solucionar o problema". Os representantes dos setores automobilístico e de metal-mecânica da Argentina são os mais prejudicados pela greve que já dura um mês, segundo levantamento do secretário. São estes setores que bateram à porta de Fraguío para pedir ajuda, já que suas produções estão seriamente afetadas. As que não estão paralisadas, como a Renault, estão trabalhando no limite de sua produção por falta de peças, como a General Motors. Montadoras "Ainda não paramos, mas estamos no limite. Para não parar, estamos transportando as peças mais importantes em avião desde que começou a greve, mas agora os auditores não estão deixando embarcar tampouco a mercadoria nos aeroportos", disse o Gerente de Relações Institucionais da GM, Bernardo Garcia. "Isso nos está preocupando muito porque a situação no Brasil se está prolongando demasiadamente e não queremos deter a produção das plantas", completou Garcia. A francesa Renault desativou parcialmente suas máquinas ontem em sua planta de Córdoba, suspendendo, por três dias, as atividades de cerca de 1.100 trabalhadores das áreas de soldagem, montagem, motores e pintura, que receberão 70% de seus salários. A Renault também sofre o desabastecimento de peças dos fornecedores locais, que se encontram em negociação salarial. O problema maior, contudo, é mesmo provocado pela falta de autopeças e matérias-primas, especialmente o aço, para a fabricação de peças do Brasil.

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