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Greve é mantida nas usinas de Santo Antonio e Jirau

Sindicato ignora decisão do TRT, que julgou ilegal e abusiva a paralisação e estipulou uma multa de R$ 200 mil por dia

Por NILTON SALINA e PORTO VELHO
Atualização:

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) decidiu ignorar determinação judicial e manter a greve nas usinas de Santo Antônio e Jirau, que estão sendo construídas no Rio Madeira. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou a paralisação abusiva e ilegal e estipulou aos grevistas multa de R$ 200 mil por dia. O Sticcero reivindica, entre outras coisas, reajuste salarial de 30%. Nesta semana foram realizadas duas assembleias. Nas proximidades do canteiro de obras da Usina de Santo Antônio, a maioria decidiu manter a greve. Em Jirau houve um empate, e por isso a diretoria do sindicato decidiu manter a paralisação até a convocação de outra assembleia, que não tem data marcada. A usina de Jirau tem cerca de 21 mil trabalhadores, entre os contratados diretamente pela Camargo Corrêa e por empresas terceirizadas. Sete mil estão em alojamentos próximos ao local onde a hidrelétrica é construída. Eles não aderiram à greve iniciada no dia 9, mas não estão indo trabalhar para evitar confusão com pessoas ligadas ao Sticcero, que estariam impedindo o acesso ao canteiro de obras. Na usina de Santo Antônio, cerca de 15 mil funcionários estão em greve desde o dia 20. Inicialmente eles pararam de trabalhar em solidariedade à paralisação de Jirau, mas em seguida um grupo de 4 mil pessoas causou um tumulto que resultou na depredação de ônibus que transportam trabalhadores. Depois disso, o Sticcero também reivindicou 30% de reajuste salarial. Até o momento não houve resposta ao pedido de apoio da Força Nacional, feito pela Secretaria de Segurança. No tumulto em Santo Antônio, os policiais militares de Rondônia não conseguiram conter os cerca de 4 mil trabalhadores que danificaram ônibus e aterrorizaram colegas. Muitos estavam encapuzados.

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