PUBLICIDADE

Greve faz Macri deixar de ir à ONU com Aerolíneas

Paralisação de pilotos frustra plano argentino de exibir estatal em viagem aos EUA e governo contrata avião às pressas

Por Rodrigo CavalheiroCORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

Uma greve de pilotos impediu o presidente Mauricio Macri de viajar para a Assembleia-Geral da ONU em um voo da estatal Aerolíneas Argentinas. O líder argentino partiria às 23h50 deste sábado, 17, para Nova York, mas a ameaça de que a paralisação se estendesse fez a Casa Rosada contratar um voo privado e emitir um comunicado para explicar a mudança de última hora.

PUBLICIDADE

Mesmo que a greve de 18 horas tenha acabado na tarde de sexta, a necessidade de remarcar os bilhetes de 20 mil passageiros poderia atrasar o voo de carreira em que ele sairia.

Macri tem usado a estatal para tentar melhorar a imagem da empresa e também marcar diferença em relação ao estilo de sua antecessora, Cristina Kirchner. Ela manteve uma frota de aviões presidenciais conhecidos como Tangos que terminou sucateada. Cristina alugava aviões quando os destinados a transportá-la estavam na oficina.

Ao viajar para o Fórum Econômico Mundial na Suíça em janeiro, Macri também usou um voo comercial. Segundo o jornal La Nación, a opção pela Aerolíneas era um esforço para apoiar a gestão da companhia, presidida pela brasileira Isela Costantini. Ela considerou a decisão dos pilotos “uma loucura” por incluir um pedido de 45% de reajuste anual. A inflação no país deve fechar o ano em 40%, mas nenhuma categoria conseguiu aumento semelhante. Eles alegam que há um ano não têm reajuste.

Isela solicitou aos clientes que não agridam os funcionários encarregados das trocas de passagens. “Peço que não haja violência porque grande parte dos empregados não aderiu à greve e está pondo a cara a tapa para atender os passageiros. Já ocorreram agressões que não têm justificativa”, afirmou à rádio Mitre.

A greve organizada em conjunto com pilotos da Austral começou às 20 horas de quinta-feira, logo após vencer o primeiro prazo determinado pela Justiça para uma conciliação. Como não houve aviso por parte dos sindicatos, formaram-se longas filas no aeroporto doméstico, o Aeroparque, e no internacional, de Ezeiza. Quando a paralisação tem data marcada, os clientes ficam em casa e reprogramam seus voos por telefone.

“Vínhamos trabalhando bem, melhorando nossa credibilidade”, lamentou Isela. Macri discursa na ONU na terça-feira e retorna a Buenos Aires na quinta-feira.

Publicidade