Greve nos transportes paralisa Argentina e atinge voos
Controladores de voo de Ezeiza aderem a movimento, o que aumenta número de viagens internacionais suspensas; TAM cancelou sete voos e Gol, oito; Buenos Aires não tem ônibus, trens e metrô
Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:
Greve na Argentina
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Trem parado em estação nesta terça-feira em Buenos Aires; manifestantes protestam em greve geral por melhorias nos salários Foto: Victor Caivano/AP
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Manifestante cobre parte do rosto com uma bandeira durante greve geral nesta terça-feira na Argentina Foto: Victor Caivano/AP
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Principais cidades argentinas foram atingidas desde as primeiras horas desta terça-feira, pelagreve geral liderada por sindicatos de transportes Foto: Agustin Marcarian/Reuters
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Foram feitos bloqueios sistemáticos - feitos ainda de madrugada, sob 15ºC - nas principais entradas da capital Foto: Agustin Marcarian/Reuters
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Esta é a quinta greve enfrentada pelo governo de Cristina Kirchner, pressionada pela insatisfação com a inflação de 15% anual pela estatística oficial... Foto: Agustin Marcarian/ReutersMais
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Postos de gasolina não abrem e a coleta de lixo na capital será retomada somente à noite em Buenos Aires Foto: Victor Caivano/AP
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ComCristina Kirchnerpressionada pela insatisfação popular,Argentinatem eleição em outubro Foto: Agustin Marcarian/Reuters
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Razão da greve é a resistência do governo em ampliar a faixa de isentos ao imposto sobre o salário, hoje em 15 mil pesos (R$ 5,1 mil). O tributo que d... Foto: Enrique Marcarian/ReutersMais
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Bancos e supermercados funcionam, mas empregados enfrentam problemas parachegar ao trabalho em função da greve nos transportes Foto: Victor Caivano/AP
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Viagens aéreas foram atingidas parcialmente pela paralisação; oAeroporto Internacional de Ezeiza manteve seus voos, com exceção daqueles das companhia... Foto: Enrique Marcarian/ReutersMais
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Estações de ônibus amanheceram vazias nesta terça-feira em Buenos Aires por conta da greve geral Foto: Agustin Marcarian/Reuters
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Por conta da greve geral, Buenos Airesdeve ter um dia semelhante a um feriado, como ocorreu no último protestoem 31 de março, quando outra greve paral... Foto: Agustin Marcarian/ReutersMais
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Em Buenos Aires, como ônibus, trens e metrô não funcionam, alternativas paraquem pretendia ir trabalhar eram táxis, bicicletas,carona em carros partic... Foto: Agustin Marcarian/ReutersMais
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Maior parte dos bares e restaurantes de Buenos Aires não deve abrir nesta terça-feira em função da greve geral Foto: Victor Caivano/A
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Policiais bloqueiamvias em reflexo ao chamado de organizações sociais e sindicatos para protestos na Argentina nesta terça-feira Foto: Victor Caivano/AP
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Greve geral nesta terça-feira na Argentina é liderada por sindicatos de transportes Foto: Victor Caivano/AP
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Em Buenos Aires, ônibus, trens e metrô não funcionam nesta terça-feira Foto: Enrique Marcarian/Reuters
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Manifestantes bloqueiam ruas desde a madrugada desta terça-feira em protesto contra o governo argentino Foto: Victor Caivano/AP
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Esta é a quinta greve enfrentada pelo governo de Cristina Kirchner, pressionada pela insatisfação com a inflação de 15% anual pela estatística oficial... Foto: Agustin Marcarian/ReutersMais
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Manifestantes protestam nesta terça-feira na capital da ArgentinaBuenos Aires Foto: Agustin Marcarian/Reuters
Texto atualizado às 17h
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BUENOS AIRES - Os controladores de voo do Aeroporto Internacional de Ezeiza aderiram à greve geral argentina no meio desta terça-feira, 9. Até então, os cancelamentos na principal via de entrada aérea ao país atingiam apenas os rotas das companhias Aerolíneas Argentinas, Austral e LAN, cujos funcionários aderiram à paralisação. O aeroporto doméstico da capital, o Aeroparque, não funcionou em nenhum momento. Com a decisão dos controladores, a tendência é que viagens de outras empresas sejam desviadas ou suspensas até a meia-noite. No início da tarde, a Gol informou que todos seus oito voos para e de Buenos Aires foram cancelados. A TAM já havia anunciado na noite de segunda-feira o cancelamento de sete voos (quatro de ida e três de volta) entre Brasil e Argentina.
A greve geral é liderada por sindicatos de transportes. Em Buenos Aires, ônibus, trens e metrô não funcionam, o que deixou como alternativas a quem pretendia ir trabalhar os táxis (em geral, os conduzidos pelos próprios proprietários), as bicicletas e a carona em carros particulares.
De madrugada, ativistas começaram bloqueios sistemáticos nas principais entradas da capital, estratégia usada na paralisação do dia 31 de março. As estradas passaram a ser liberadas por volta das 11 horas e os manifestantes marcharam do Obelisco, ponto turístico na principal avenida da cidade, a 9 de julho, até o Congresso. Embora não houvesse dados dos sindicatos sobre a adesão, o protesto de hoje pareceu menos eficaz que o de março, pelo maior número de lojas abertas.
Como os postos de gasolina não abrem, os taxistas trabalham enquanto há combustível. A coleta de lixo na capital será retomada somente à noite e a maior parte dos bares e restaurantes não deve abrir. Bancos e supermercados funcionam, mas sem os empregados impedidos de chegar ao trabalho. Nos hospitais, só os serviços de emergência são mantidos.
A razão da greve é a resistência do governo em ampliar a faixa de isentos ao imposto sobre o salário, hoje em 15 mil pesos (R$ 5,1 mil). O tributo que desconta até 35% da renda, de acordo com a faixa salarial. O kirchnerismo aceitou reduzir o valor cobrado dos que ganham entre 15 mil pesos e 25 mil pesos, o que na prática significou um aumento no salário líquido de 5% a 6%. Também querem um salário mínimo de 8.600 pesos (R$ 2.950).
O ministro dos Transportes, Florencio Randazzo, referiu-se à falta de transporte como uma "detenção domiciliar de milhões de trabalhadores". Esta é a quinta greve enfrentada pelo governo de Cristina Kirchner, pressionada pela insatisfação com a inflação de 15% anual pela estatística oficial e de até 25% segundo consultoras privadas. Os líderes das categorias querem um reajuste superior a 30%, enquanto o governo quer manter os aumentos abaixo dos 27%. O país tem eleição em outubro.