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Grupo Carlyle nega interesse pela Varig

Dados do site do fundo Carlyle dão conta de que trata-se de um fundo de investimentos, que atua nos ramos de energia, telecomunicações, serviços de tecnologia e negócios, varejo, automotivo, saúde, além dos ramos de defesa e aeroespacial

Por Agencia Estado
Atualização:

O Grupo Carlyle negou hoje qualquer interesse na compra da Varig e garantiu não ter negociação em andamento com os Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e NV Participações. Em entrevista à Agência Estado, Christopher Ullman, da assessoria de imprensa do grupo, disse que é falsa a informação que circulou no Brasil nos últimos dias de que o braço de fundo de investimento do grupo teria algum interesse na companhia aérea brasileira. Dados do site do fundo Carlyle dão conta de que trata-se de um fundo de investimentos, que atua nos ramos de energia, telecomunicações, serviços de tecnologia e negócios, varejo, automotivo, saúde, além dos ramos de defesa e aeroespacial. "Isto é totalmente falso. Alguém espalhou esta história, mas ela é falsa. Eu passei o dia de ontem, entrando em contato com todas as áreas do grupo e não há o interesse na Varig", disse. Ullman disse também que ligou nesta sexta-feira para o ex-presidente da VarigLog, José Carlos Rocha Lima, da Syn Logística, para averiguar as recentes informações de que teriam partido dele as notícias de que a TGV estaria costurando um acordo com o fundo do Grupo Carlyle. O assessor do grupo norte-americano disse que Rocha Lima culpou a imprensa pela difusão da informação, pois jamais teria dito a ninguém sobre negociações da TGV com o fundo Carlyle. "Eu falei com ele esta manhã e disse para que parasse de dizer isto (que o fundo estava interessado na Varig) à mídia. Então, ele disse que não tinha dito nada a ninguém. E culpou a mídia", afirmou Ullman. Acordo O juiz da 8a. Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, que estava de folga no feriado de Corpus Christi, voltou para reunir-se na tarde desta sexta-feira, na sede do Tribunal de Justiça do Rio, com representantes do TGV; o sócio da consultoria Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, responsável pela reestruturação da Varig; e Rocha Lima. Gomes garantiu que ainda hoje será divulgada uma "novidade" sobre o desfecho do leilão da companhia aérea. No encontro, os executivos tentam costurar um acordo para dar garantias à proposta da TGV, única a fazer lance pela companhia aérea no leilão da semana passada. A expectativa era de que hoje a TGV depositasse US$ 75 milhões, a primeira parcela do pagamento pela Varig. Pelas regras do leilão judicial da Varig, assim que a proposta vencedora for homologada, o vencedor deve depositar essa quantia em até 72 horas. O TGV foi o único grupo que apresentou oferta pela Varig, de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), no leilão realizado na quinta-feira da semana passada. A oferta do TGV foi homologada com condições pelo juiz Ayoub. A principal exigência da Justiça fluminense é a comprovação da origem dos recursos. Ontem, o TGV entregou pela segunda vez esclarecimentos que não foram considerados suficientes pela comissão de juízes que supervisiona a reestruturação da Varig. Entretanto, confirmado o depósito da primeira parcela, a Nova Varig Participações, empresa formada pelo TGV para o leilão da companhia, teria mais tempo para definir de onde viriam os recursos restantes, da proposta de US$ 449 milhões. Contudo, os vencedores do leilão ainda têm de sugerir uma alternativa aos cerca de US$ 200 milhões em debêntures (títulos privados) não aceitos como forma de pagamento. O edital de venda da companhia não prevê o uso de debêntures e o TGV analisa o uso de "outra moeda". Pressão em Nova York Os US$ 75 milhões são cruciais para a Varig porque na próxima quarta-feira o juiz Robert Drain, da Corte de Nova York, vai exigir a garantia de que a Varig tem dinheiro para poder pagar as empresas que arrendam aviões para a companhia. Caso não haja essa comprovação, o juiz pode derrubar uma liminar que vem protegendo a Varig contra a perda de pelo menos 25 aeronaves, o que inviabilizaria, quase de imediato, sua operação internacional, já que destes, 23 são aviões de grande porte. A pressão vem de arrendadoras de aviões como a ILFC, Boeing, Central Air e Nissho Iwai. Segundo especialistas em aviação, o cancelamento sistemático de vôos que a Varig vem fazendo desde sábado é resultado, também, de uma estratégia da companhia para driblar arrestos de aviões. A Varig estaria substituindo aviões sob ameaça em solo americano por aeronaves que não correm o risco de serem arrestadas. Na semana passada, contam fontes que acompanham a crise da companhia, uma aeronave que estava prestes a decolar teve de retornar da cabeceira da pista porque o aparelho estava sendo pedido de volta pela Boeing. A saída foi pagar hospedagem para os passageiros que, no dia seguinte, pegaram outro vôo, desta vez em avião que não corria o risco de ser apreendido.

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