PUBLICIDADE

Publicidade

Grupo defende ''reforma simplificada''

Para desencalhar a reforma tributária, empresários, políticos e membros do governo federal sugerem escolha de itens mais importantes

Por Renée Pereira
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL / COMANDATUBAA dificuldade para tirar a reforma tributária do papel criou um novo movimento entre empresários, políticos e integrantes do governo federal. A proposta é fazer uma reforma tributária simplificada. Ou seja, eleger alguns itens importantes e trabalhar em cima deles. Assim, o governo teria mais chances de melhorar o sistema tributário nacional em menos tempo.A ideia foi defendida ontem por várias personalidades do cenário político e econômico, durante evento realizado em Comandatuba, na Bahia. Entre eles, o vice-presidente da República, Michel Temer, que afirmou ter muita simpatia pela proposta. Na avaliação dele, o Brasil está amadurecido para concluir uma reforma tributária (e também política) ainda nesta legislatura.O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também se mostrou entusiasta da alternativa. "A simplificação é um bom caminho. Poderíamos começar pela folha de pagamento, em que o Brasil é vice-campeão do mundo, atrás apenas da Dinamarca." Segundo ele, o País precisa desonerar impostos incidentes no holerite do trabalhador para estimular novos empregos. "Hoje a folha está emperiquitada com uma série de impostos."Entre os empresários e executivos do setor produtivo, a simplificação é o único caminho. Para o diretor executivo da Telefonica, Vladimir Barbieri, o tema é extremamente complexo por vários aspectos, seja do ponto de vista histórico ou por causa da estrutura complicada dos impostos. "Se a gente tentar construir um modelo do zero não teremos sucesso. O carro tá andando e temos de trocar o pneu com ele andando. Não dá para parar para trocar o pneu. Então, a única forma é simplificar a reforma."O presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, defendeu urgência na reforma. Segundo ele, é preciso atacar logo o problema e simplificar o processo. "O momento exige urgência, o dólar e o cenário mundial mudaram." Durante o evento, ele criticou a guerra fiscal entre Estados e chamou de bandalheira a prática de alguns Estados de reduzirem imposto de importação para atrair demanda. Esse caso, em sua opinião, poderia entrar na lista de prioridades para ser resolvido.O governador Geraldo Alckmin afirmou que já há uma resolução no Senado tratando do assunto. A proposta, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), prevê redução da alíquota de importação para zero nos Estados. "Nós até aceitamos uma alíquota de 4%. Se isso ocorrer, a guerra fiscal entre os Estados acaba."Ele destaca que essa prática, que vem sendo adotada por alguns Estados, provoca a desindustrialização do País e repassa empregos para o exterior. "Somos totalmente favoráveis a essa proposta. Se depender de nós, será aprovada o mais rápido possível", destacou ele, que acredita numa definição em maio.Gerdau também espera definição rápida para o problema. Para ele, o governo federal precisa fazer uma limpeza em todas as áreas de sua responsabilidade para dar o exemplo aos Estados. "Pedimos que o governo federal faça a sua parte que depois nós trabalharemos sobre isso."SimplificaçãoVLADIMIR BARBIERIDIRETOR DA TELEFONICA "Se a gente tentar construir um modelo do zero não teremos sucesso. O carro tá andando e temos de trocar o pneu com ele andando. Então, a única forma é simplificar a reforma."A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DO FÓRUM EMPRESARIAL DE COMANDATUBA

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.