
09 de setembro de 2020 | 14h47
PARIS/NOVA YORK - A gigante francesa de bens de luxo LVMH disse que vai desistir da aquisição de US$ 16 bilhões da joalheria norte-americana Tiffany, em mais um acordo que deve fracassar diante dos impactos da pandemia de covid-19.
O cenário está armado para uma amarga disputa judicial: a Tiffany informou que estava entrando com um processo contra a LVMH para forçá-la a concluir negócio conforme o acertado em novembro do ano passado, acusando o grupo francês de retardar deliberadamente a conclusão da aquisição.
O acordo, que teria sido o maior da história na indústria de luxo, foi fechado antes da pandemia, que atingiu duramente o setor e levantou dúvidas sobre se a LVMH, dona da Louis Vuitton, estava pagando caro demais pelo negócio.
A LVMH informou em comunicado que seu conselho recebeu uma carta do Ministério das Relações Exteriores da França pedindo-lhe para adiar a aquisição da Tiffany para depois de 6 de janeiro de 2021, dada a ameaça de tarifas adicionais dos Estados Unidos contra produtos franceses.
O grupo francês acrescentou que a Tiffany também havia pedido que adiasse o fechamento do negócio para 31 de dezembro deste ano, a partir de um prazo já estendido para 24 de novembro.
A empresa disse que seu conselho decidiu manter os termos do acordo de fusão original, que estabelecia que o negócio deveria ser concluído até 24 de novembro. "Da forma como está, o grupo LVMH não será capaz de concluir a aquisição da Tiffany", afirmou a empresa.
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