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Grupo Oi compra licença para operar celulares em São Paulo

Empresa, que não atuava no Estado, vai competir com a Vivo, a TIM e a Claro

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Por Redação
Atualização:

A Oi (antiga Telemar) arrematou ontem uma licença de telefonia móvel para o Estado de São Paulo, onde ainda não oferece serviços. No leilão de licenças do Serviço Móvel Pessoal (SMP) realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a empresa comprou, por R$ 80,55 milhões - ágio de 20% -, a licença para operar no maior mercado do País. Com isso, passará a concorrer diretamente em São Paulo com as três maiores operadoras nacionais: Vivo, TIM e Claro. A Unicel, que ainda não começou a operar, também tem uma licença para a região metropolitana. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, preferiu destacar que a compra da licença para o mercado paulista significa um passo imprescindível para a estratégia futura da empresa no mercado celular de terceira geração (3G) - tecnologia que permite o acesso pelo celular à internet em alta velocidade. ''''Estamos numa boa fase, acabamos de concluir uma captação de R$ 360 milhões para aplicação em banda larga'''', disse o executivo. As licenças vendidas ontem, porém, são de segunda geração, que não permitem a internet em alta velocidade. As licenças de 3G para o Norte e o Nordeste do País, onde a Oi está presente, devem ser vendidas em conjunto com São Paulo. A entrada em São Paulo pode significar para a Oi chegar mais perto das principais concorrentes no mercado brasileiro. Hoje, a empresa tem 13,12% do mercado nacional, ante 28,05% da Vivo, 25,71% da TIM e 24,76% da Claro. ''''São Paulo ainda tem uma densidade baixa, ante o poder aquisitivo da população'''', disse Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. O Estado tem 63,3 celulares por 100 habitantes, comparados a, por exemplo, 72,1 no Rio de Janeiro e 109,76 em Brasília. ''''A entrada da Oi em São Paulo deve reduzir os preços dos planos de serviço'''', afirmou o analista Júlio Puschel, da consultoria The Yankee Group. A empresa, porém, não conseguirá usar, em São Paulo, estratégias de sucesso de sua área de operação, pois não tem telefonia fixa. Nos 16 Estados onde opera, que incluem Rio de Janeiro e Minas Gerais, os créditos do celular pré-pago também podem ser usados na telefonia fixa e nos orelhões. Com a entrada em São Paulo, uma eventual fusão da Oi com a Brasil Telecom, como vendo sendo cogitado - o governo chegou até a anunciar um grupo de estudos para a operação -, transformaria a empresa na quarta a ter operação nacional (ver ao lado). Falco, porém, recusou-se a fazer qualquer especulação sobre uma eventual fusão entre as duas companhias. No leilão de ontem, a Oi tinha comprado outra licença, para o interior de São Paulo, por R$ 42,3 milhões, mas a Unicel entrou com um recurso administrativo e o resultado ficou suspenso até que a Anatel analise o pedido. Independentemente da decisão, a Oi poderá operar em todo o Estado com a primeira licença. Para ganhar mercado, a Oi terá de adotar uma estratégia agressiva. Falco não deu detalhes sobre como a empresa ingressará na região. ''''Este é um mercado de serviços, no qual o cliente quer o melhor atendimento pelo menor preço'''', limitou-se a dizer. A outorga prevê o cumprimento de determinadas operações no prazo de um ano, mas o executivo prevê atendimento pleno em dois ou três anos. Disse que ainda não há cálculo exato de investimentos, ''''que devem ficar na casa de centenas de milhões de reais''''. Em nota, a Oi disse que ''''ao decidir adquirir uma outorga para o Estado de São Paulo, a empresa avaliou que, hoje, o modelo de negócio na telefonia móvel e as condições econômico-financeiras permitem racionalidade e equilíbrio no investimento, diferentemente do que ocorria em leilões anteriores''''. Dentre os pontos que estimularam a Oi a adquirir uma licença para operar em São Paulo, segundo comunicado, ''''estão a redução do valor das outorgas, a queda do preço dos equipamentos para implantação da rede GSM e a desvalorização do dólar em relação ao real''''. Com a entrada da Oi no mercado paulista, segundo Tude, aumenta o desafio para a Unicel. Além de Claro, Vivo e TIM, a novata terá de enfrentar a Oi. A Unicel foi desabilitada do leilão pela Anatel. Na semana passada, a empresa tinha conseguido uma liminar para participar da disputa sem apresentar depósito fiança. Ontem, a agência cassou a liminar. No leilão de ontem, a TIM venceu a Claro numa disputa por freqüências no Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Roraima, onde tem operações. A venda de licenças continua hoje. Apesar de o processo ser chamado de ''''leilão de sobras'''', estão sendo vendidas licenças que não foram arrematadas anteriormente e blocos recém-definidos de freqüências. LEONARDO GOY, IRANY TEREZA, NILSON BRANDÃO JUNIOR, MICHELLY TEIXEIRA E RENATO CRUZ DIVISÃO DO MERCADO 42,6% é a participação da Vivo no Estado de São Paulo, segundo a consultoria Teleco 32,4% é quanto tem a Claro no mesmo mercado 24,7% é a participação da TIM em São Paulo 0,2% é quanto tem a CTBC, que opera em algumas cidades no norte do Estado

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