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Guedes afirma precisar de R$ 1 trilhão para lançar capitalização

Ministro da Economia voltou a falar sobre a necessidade de a reforma da Previdência garantir essa economia em dez anos; ele disse ter "absoluta confiança" na classe política brasileira

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Por Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, bateu na tecla da necessidade de uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos com a reforma da Previdência para que o governo seja capaz de lançar o regime de capitalização. Segundo ele, o governo irá regular, vigiar e garantir o novo regime de aposentadorias. 

"Vou trocar a expressão 'capitalização' por 'poupança garantida'. Os ricos adoram capitalizar e criticam quando propomos capitalização para os pobres. Na poupança garantida o jovem levará os recursos para o futuro", afirmou, durante palestra no Seminário Previdência, organizado pelo jornal Correio Braziliense, nesta quarta-feira, 22.

Para Guedes, a aprovação da reforma da Previdência e o lançamento do regime de capitalização promoverão um choque de criação de empregos para jovens nos próximos dois anos Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

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Guedes esclareceu que os recursos da chamada 'poupança garantida' não serão geridos pelos bancos, mas, sim, por instituições de previdência. "É um mercado novo", explicou. O ministro mais uma vez garantiu que nenhuma pessoa que entrar no regime de capitalização receberá menos que um salário mínimo como aposentadoria. 

"Vamos levar os recursos para o futuro, vamos democratizar a poupança. Ao invés de desaparecer no buraco fiscal de Brasília, os recursos serão aplicados. E quanto maior a acumulação de capital, maior é a produtividade do trabalho", acrescentou. 

Para Guedes, a aprovação da reforma da Previdência e o lançamento do regime de capitalização promoverão um choque de criação de empregos para jovens nos próximos dois anos. "É preciso sacrificar os contemporâneos ou vamos empurrar conta para filhos e netos", completou. 

O ministro criticou os altos encargos trabalhistas que incidem hoje sobre a folha de pagamentos das empresas, que voltou a chamar de arma de destruição em massa de empregos. "O trabalhador ganha pouco e custa muito para empresas, isso é um crime. Hoje, para cada brasileiro poder aposentar, é preciso acabar com uma vaga de emprego."

Elogio ao Congresso

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O ministro elogiou o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à reforma e disse não poder "reclamar nada" da ajuda do presidente Jair Bolsonaro sobre o tema. "Não adianta cobrar tudo do presidente, ele já faz coisas além do que se poderia pedir", afirmou. 

Guedes ainda brincou ao dizer que o governo é criticado por não ter habilidade de comunicação e lembrou que governos que eram reconhecidos por essa habilidade não conseguira aprovar correções nos sistema de aposentadorias. "A antiga forma de fazer política morreu. Não sabemos qual é a nova, porque ainda a estamos construindo. Mas estou seguro de que a classe política fará a parte dela na reforma da Previdência", completou.

Em meio aos atritos entre o Executivo e o Legislativo, o ministro disse ter "absoluta confiança" na classe política brasileira. "Tenho certeza que a classe política vai assumir protagonismo e a classe econômica vai ajudar", afirmou. 

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Segundo o ministro, os gastos crescentes e descontrolados do Estado quase derrubaram a democracia brasileira, mas Guedes descartou qualquer ameaça a essa democracia no momento atual. "Isso é uma crise fictícia. O Brasil é uma democracia consolidada, ninguém é dono desse País. Não posso concordar com qualquer leitura pessimista sobre momento brasileiro", completou. 

Em mais de uma hora de palestra, o ministro voltou a avaliar que o Brasil é uma sociedade aberta, com poderes independentes e imprensa livre. "Somos um país riquíssimo. Basta deixarmos o País funcionar. Tivemos governos dirigistas que deixaram o orçamento ser capturado por corporações. Um governo assim é generoso com essas corporações, mas não sobram recursos para o resto da população", criticou.

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