Publicidade

Guedes condiciona estabilidade do servidor à opinião pública

'Vamos continuar dando estabilidade de emprego para quem entrou há apenas um ano? E se for um mau servidor? Queremos que a opinião pública respeite o servidor que está atendendo bem e passou por uma avaliação', disse ministro da Economia

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, condicionou nesta segunda-feira, 9, a estabilidade dos servidores à opinião pública. A estabilidade (que na prática impede que os servidores sejam demitidos) é um dos temas da chamada reforma administrativa, uma espécie de reformulação do RH do Estado. 

PUBLICIDADE

"Mas pensamos no futuro. Vamos continuar dando essa estabilidade de emprego para quem entrou há apenas um ano? E se for um mau servidor? Queremos justamente que a opinião pública respeite o servidor que está atendendo bem e passou por uma avaliação", afirmou.

O ministro defende que a estabilidade não seja automática, mas conquistada pelo servidor após anos de boas avaliações no trabalho. "O funcionário tem que passar na peneira, ser bem avaliado, para não ficar com essa imagem que o servidor tem hoje na opinião pública. É um trabalho de reconstrução do País que envolve todas as dimensões", completou.

Como mostrou o Estado, a ideia da equipe econômica é que a estabilidade seja garantida para os servidores das carreiras de Estado. Os demais seriam contratados pela CLT (regime dos trabalhadores da iniciativa privada, que garante o pagamento do FGTS, mas o trabalhador não tem o emprego garantido). A definição das carreiras deverá ser discutida em regulamentação da PEC, segundo sinalizou integrantes do governo para os sindicalistas. 

A reforma administrativa também prevê uma reestruturação do plano de carreiras do funcionalismo. Diagnóstico feito pelo Ministério da Economia identificou mais de 300 carreiras. A equipe econômica pretende reduzir a quantidade para 20 a 30, mas isso será feito numa segunda etapa.

Guedes admitiu que a reforma administrativa não foi enviada ainda pelo governo ao Congresso por um “problema de timing”. "Não adianta botar muita reforma ao mesmo tempo. Já aprovamos a Previdência, e enviamos agora o novo pacto federativo”, afirmou. O pacto federativo tansfere R$ 400 bilhões em recursos de exploração de petróleo e dá mais autonomia financeira para Estados e municípios. 

O ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Dida Sampaio/Estadão (13/03/2019)
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.