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Guedes critica 'excessos' no prato da classe média e diz que sobras poderiam sustentar os pobres

Em evento, ministro elogiou pratos da classe média europeia, por serem relativamente pequenos; ele disse ainda que é preciso facilitar a conexão entre políticas sociais e o fim dos desperdícios

Foto do author Lorenna Rodrigues
Foto do author Isadora Duarte
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast), Fabrício de Castro e Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O governo federal quer reduzir o desperdício de alimentos no Brasil. Instados a falar sobre o assunto em evento nesta quinta-feira, 17, da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Economia, Paulo Guedes, se comprometeram a montar um grupo de trabalho para adotar medidas sobre o assunto.

No evento, Guedes disse que a reformulação de políticas sociais, em estudo pelo governo, poderá incluir incentivos para reduzir o volume de alimentos que acabam no lixo. O ministro criticou os “excessos” nas refeições dos brasileiros.

Ministro quer incentivos para reduzir o volume de alimentos que acabam no lixo. Foto: Adriano Machado/Reuters

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“Quando você vê um prato da classe média europeia, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui nós fazemos almoços em que muitas vezes há uma sobra enorme. Até o final da refeição da classe média alta há excessos”, comentou.

De acordo com o ministro, é preciso facilitar a conexão entre políticas sociais e o fim dos desperdícios. “Precisamos dar incentivos para o que é jogado fora possa ser endereçado aos mais necessitados”, afirmou.

No mesmo evento, a ministra Tereza Cristina disse que a redução do desperdício de alimentos precisa ser trabalhada de forma mais objetiva e com maior celeridade pelo governo federal. “Especialmente na parte regulatória. Proponho que montemos um grupo interministerial, junto com ministério da Economia e da Cidadania, e em 15 dias voltamos a apresentar uma solução", afirmou. Já escolado por ser cobrado por prazos não cumpridos, Guedes falou de um prazo maior, de até 60 dias.

Sobre as questões regulatórias, a ministra apontou que alguns pontos da legislação podem ser revistos como o tempo de validade dos alimentos. "Temos certos exageros na legislação sobre os quais podemos fazer adaptação, sem precarizar e respeitando o que o mundo pensa. Podemos rever a legislação para melhorar uma série de gargalos, principalmente quanto à validade dos alimentos", apontou Tereza Cristina.

Na avaliação de Tereza Cristina, a pandemia de covid-19 trouxe à tona o tema do desperdício alimentar de forma mais perceptível. "Há muito tempo que precisávamos trabalhar o desperdício alimentar de parte mais objetiva. Precisamos agir rapidamente", comentou.

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Bolsa Família

Guedes disse ainda que o ministro da Cidadania, João Roma, está desenhando novos programas sociais. Neste momento, o governo discute a reformulação do Bolsa Família e o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar que o programa pagará em média R$ 300 a partir de dezembro, mas técnicos do governo ainda discutem como esse reajuste pode caber no Orçamento do ano que vem.

“ Nosso governo está coerente, trabalhando muito junto, equipe muito unida para manter a cadeia produtiva funcionando”, afirmou o ministro. No mesmo evento, Roma disse apenas queo governo pretende apresentar propostas para o “fortalecimento” de seus programas sociais.

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