Publicidade

Guedes diz que Brasil tem desempenho econômico 'bastante razoável' na pandemia

Em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro afirmou que a "economia formal já voltou" e citou dados do mercado de trabalho e da arrecadação de tributos para mostrar a velocidade da recuperação

Foto do author Eduardo Rodrigues
Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - Enquanto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado ouvia o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, nesta terça-feira, 4, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou na Câmara que o governo liberou R$ 5 bilhões para a Saúde combater o novo coronavírus já nas primeiras semanas da pandemia, em março do ano passado.

PUBLICIDADE

Guedes listou todas as ações do governo federal desde o começo da pandemia, como a aprovação do orçamento de guerra, a criação do auxílio emergencial e os programas de crédito para as empresas. 

O ministro disse que o Brasil tem um desempenho econômico “bastante razoável” na pandemia. “Foi muito aceitável, para não dizer que bem melhor que todos os países avançados. Fizemos um trabalho duro e trabalhamos também na questão da Saúde”, afirmou, em audiência pública na Câmara dos Deputados. 

Seguno o ministro Paulo Guedes,os índices de atividade econômica 'estão o dobro do esperado'. Foto: Isac Nóbrega/PR - 3/5/2021

Guedes citou os dados do mercado de trabalho formal e da arrecadação de tributos para mostrar a velocidade de recuperação da economia. “Os índices de atividade estão o dobro do esperado, economia formal já voltou”, completou.

Mais uma vez, ele citou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. “Quando o Mandetta disse que o problema eram ventiladores pulmonares, fomos atrás das empresas e fizemos uma economia de guerra. Passamos de 250 ventiladores pulmonares para 1.500 ventiladores por dia”, acrescentou.

O ministro disse que “foi um ano trágico para o Brasil e para a humanidade” e que “foi uma doença de proporções bíblicas que nos atingiu quando a economia estava se recuperando e começando a rodar em um ritmo melhor, graças às reformas que aprovamos antes”. “O Brasil teria colapsado na pandemia se não tivéssemos aprovado a reforma da Previdência”, afirmou. 

Apesar dos cortes no orçamento neste ano também terem atingido recursos para a Saúde, o ministro da Economia disse que não pode faltar dinheiro para a área, sobretudo no enfrentamento à pandemia de covid-19. “Não vamos subir em cadáveres para fazer política. Estamos em uma guerra contra o vírus e precisamos botar a vida em primeiro lugar. Toda a ideia do governo é saúde, emprego e renda. A vacinação em massa é o grande desafio”, afirmou. 

Publicidade

Enquanto o governo enfrenta uma CPI no Senado sobre a covid, Guedes disse que o Brasil precisa de mais “respeito e tolerância”. “Temos que escapar dessa espiral de ódio, de divisão entre brasileiros, que é um descredenciamento da nossa democracia. É preciso ver o que há de virtude no outro lado e fazer as críticas. Essa escalada não interessa à população brasileira. Quem achar que vence na base do ódio não vai dar certo”, completou. 

Ajuda ao setor privado para ampliar leitos de hospital

Apesar do veto do governo ao projeto aprovado no Congresso, Guedes disse ser favorável à ajuda do setor privado na ampliação de leitos. “A ideia é boa, de dar uma isenção e um incentivo qualquer para ampliarmos os leitos. Mas houve um veto jurídico. Às vezes o que é politicamente desejável fere a legislação vigente. O veto não foi do ponto de vista econômico, mas jurídico.”

O governo precisou vetar incentivo fiscal às empresas que contratassem leitos da rede privada de saúde para atender pacientes com covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo projeto, as empresas poderiam deduzir os valores gastos do Imposto de Renda de 2021. O limite para a renúncia fiscal seria de R$ 2,5 bilhões.

“O problema é que a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para essa isenção. É preciso mostrar de onde vem o dinheiro. Não foi um veto sobre o conteúdo”, explicou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.