Guedes diz que, depois das eleições, voltará a defender novo imposto

Ministro da Economia disse que não vai desistir da ideia porque, num País com 40 milhões de pessoas sem emprego, a proposta permitirá desonerar a folha salarial das empresas

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Por Eduardo Laguna e Idiana Tomazelli
2 min de leitura

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 19, que deixou de falar sobre a ideia de criação de um imposto por preocupação de o assunto ser explorado politicamente nas eleições municipais. Porém, ele disse que pretende votar à carga na proposta assim que as eleições chegarem ao fim. 

Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro Foto: Dida Sampaio/Estadão

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“Não estamos falando porque as eleições estão chegando. As pessoas têm preocupação de o tema ser explorado nas eleições, de falarem ‘ah, o ministro Paulo Guedes quer um imposto sobre transações financeiras, quer a CPMF...’”, afirmou o ministro numa apresentação em fórum do Bradesco.

“Então, não vamos falar sobre isso. Após as eleições, falamos novamente”, complementou.

Guedes disse que não vai desistir da ideia porque, num País com 40 milhões de pessoas sem emprego, a proposta permitirá desonerar a folha salarial das empresas (ou seja, reduzir o encargo que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários).

A polêmica em torno da criação de um novo imposto sobre transações, considerada uma reedição da CPMF, é um nó na reforma tributária. 

Segundo o ministro, a intenção é taxar apenas quem usa os meios de transações digitais, que agora incluem o sistema instantâneo de pagamentos, o Pix. As taxas serão, no entanto, "baixas", variando, conforme disse nesta quinta-feira, entre 0,15 e 0,2%.

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No entanto, a assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado, já disse que o novo imposto sobre transações, que o governo tem tentado desvincular da antiga CPMF, não incidirá somente sobre transações digitais, mas sobre "todas as transações da economia". 

O ministro reiterou ainda que o governo não vai subir a carga tributária, e sim desonerar as empresas, cobrando, por exemplo, taxas de imposto menores para aquelas que reinvestem o lucro. “Não vamos subir impostos. Se um imposto for criado, será porque destruímos outros oito, nove ou dez”.

Para Guedes, apenas por um "milagre" a reforma tributária irá deslanchar neste ano. “Milagres acontecem”, ponderou, numa tentativa de deixar a possibilidade em aberto. 

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