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Guedes diz que retração não é novidade e economia está estagnada à espera de reformas

Ministro da Economia afirmou que o governo já contava com os resultados do PIB do primeiro trimestre; recuo foi de 0,2% em relação aos três meses de 2018

Foto do author Lorenna Rodrigues
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Depois da divulgação do recuo de 0,2% do PIB no primeiro trimestre, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 30, que a reação da economia só virá com a aprovação da reforma da Previdência.

"A retração não é novidade para nós, sempre dissemos que a economia brasileira está estagnada. O modelo intervencionista derrubou a taxa de crescimento no Brasil. A economia está parada à espera das reformas", afirmou. "Estamos absolutamente seguros de que, fazendo reformas estruturais, o Brasil vai retomar o crescimento sustentável."

Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante seminário Produtividade e Crescimento Econômico no Brasil Foto: José Cruz/Agência Brasil

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O ministro negou que tenham faltado ao governo ações para estimular a economia e disse que o crescimento deverá vir a partir do próximo trimestre, com a aprovação da reforma da Previdência. "O próximo trimestre já deve começar a ser positivo, já deve ter alguma reforma. De julho em diante, o Brasil começa a decolar", afirmou. 

Ele disse também que não houve problema de comunicação por parte do governo e frisou que não há reação econômica sem a reforma da Previdência. "O presidente Jair Bolsonaro mandou as duas principais reformas Previdência e pacote anti-crime em menos de quatro meses. Não faltaram ações do governo, estamos trabalhando freneticamente. Não faltou comunicação do governo, faltou aprovar reformas", concluiu. 

A economia estagnada no primeiro trimestre, segundo ele, já era um resultado esperado pelo governo quando a projeção do crescimento da economia foi revista para 1,6% neste ano. "Estamos confiantes de que a retomada vem aí. Nós precisamos das reformas exatamente para retomar o crescimento. A Previdência é a primeira delas, e vai dar um horizonte de estabilidade fiscal de 15, 20 anos", completou. 

Guedes acrescentou que é preciso começar pelas "coisas mais importantes", por isso o foco na reforma e não em outras medidas. "Voo de galinha já fizemos várias vezes, faz uma liberação aqui, baixa artificialmente os juros para reativar a economia. Foi assim que o último governo caiu", alfinetou. "Não vamos fazer truques nem mágicas, vamos fazer reformas sérias". 

O ministro listou ainda medidas que, segundo ele, serão adotadas após as mudanças previdenciárias, como a reforma tributária e o que ele chama de "choque de energia barata", com mudanças para o setor, e mudanças na distribuição de recursos entre Estados e municípios.

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"O Brasil deveria estar crescendo de 3% a 3,5% ao ano e simplesmente a economia colapsou. Houve um otimismo em relação ao primeiro ano de governo por conta da potência da plataforma liberal. O sonho do crescimento está ao alcance das nossas mãos, basta (fazer as) reformas", acrescentou. 

Juros 

Sobre a possibilidade de baixar os juros para estimular a atividade, Guedes afirmou que o Banco Central só poderá fazer isso se o regime fiscal estiver de pé. "Com a reforma, os juros de mercado vão cair e o Banco Central vai sancionar juros mais baixos", disse ao ser questionado sobre a possibilidade de redução na Selic. 

Ele frisou que, "de medidas de estímulo em medidas de estímulo" o Brasil se tornou um país que não cresce e disse que não tem pressa para fazer a coisa errada. "Quero fazer a coisa certa". 

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Novo 

Guedes deu declarações após se reunir com parlamentares do Partido Novo, que reafirmaram o apoio à reforma da Previdência. "Queremos a reforma que o governo propôs, com impacto de R$1 trilhão", disse o líder do partido na Câmara dos Deputados, Marcel Van Hattem (RS)

O ministro ressaltou o apoio do Novo e disse que é natural os poderes terem desentendimentos pontuais, mas que se mantêm harmônicos. Ele frisou a importância dos partidos de centro para a aliança de "centro-direita" do governo e minimizou as dificuldades do partido do presidente. "O PSL está chegando agora, é natural que tenha dificuldades. Tenho certeza que o PSL convergirá para votação em bloco", afirmou. 

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