BRASÍLIA - Depois das críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, espera que o secretário de Fazenda da pasta, Waldery Rodrigues, peça demissão do cargo. Segundo auxiliares de Guedes, Waldery é considerado um secretário “superfiel” ao ministro, mas já vinha apresentando problemas de relacionamento com a equipe.
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De acordo com as fontes, havia muitas críticas ao comportamento do secretário fora e dentro do ministério, e a “fritura” de Bolsonaro deve acelerar uma mudança que já ocorreria. Mas Guedes é próximo de Waldery, e a solução “mais fácil” seria o próprio secretário apresentar um pedido de demissão.
Na terça-feira, 15, o presidente Jair Bolsonaro disse que daria “cartão vermelho” a quem sugeriu congelar o reajuste de aposentadorias para bancar o natimorto Renda Brasil, programa que Guedes queria criar em substituição ao Bolsa Família. Waldery falou do tema em entrevista ao G1. Mais tarde, Guedes disse, em live, que o cartão vermelho não era para ele.
Brigas
De acordo com as fontes, as desavenças com Waldery ajudaram a afastar do governo nomes como Mansueto Almeida e Caio Megale e da secretaria de Fazenda Esteves Colnago e Jefferson Bittencourt.
Em dezembro do ano passado, Waldery provocou uma saia justa ao declarar que Mansueto, então secretário do Tesouro Nacional, deixaria o cargo. A afirmação, também dada em entrevista, causou desconforto porque ocorreu pouco tempo depois de Mansueto ter acertado com o ministro da Economia sua permanência no cargo por mais um período.
O caso levou Waldery e Mansueto a irem juntos até a sala do comitê de imprensa do Ministério da Economia, onde ficam os jornalistas que fazem a cobertura diária, para afastar os ruídos que mexeram com o mercado. A "operação abafa" foi montada pela área de comunicação de Guedes, preocupada que a notícia dada por Waldery se espalhasse.
O ministro chegou a juntar os dois auxiliares em uma reunião para acertar os “ponteiros”. Mansueto acabou deixando o governo apenas em julho deste ano.
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