PUBLICIDADE

Publicidade

Guedes espera solução para sementes até dia 7

Governo vai buscar uma solução "que melhor atenda aos interesses" do Rio Grande do Sul, afirmou o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo vai buscar uma solução "que melhor atenda aos interesses" do Rio Grande do Sul no plantio dos grãos transgênicos de soja sem certificação, disse nesta sexta-feira o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, durante a inauguração oficial da 29ª Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), em Esteio (RS). Guedes não adiantou que tipo de acordo irá buscar, mas disse esperar que a negociação seja concluída antes do feriado do dia 7 de setembro. O ministro informou que uma discussão técnica foi marcada para terça-feira, em local ainda não definido, e poderá haver uma reunião preliminar na segunda-feira. O discurso do ministro foi interpretado pelos líderes rurais do Estado como indicativo de que o governo irá permitir o uso do material multiplicado nas propriedades, que não tem origem declarada e não consta no Registro Nacional de Cultivares. Por essa razão, os agentes financeiros não podem conceder crédito para o plantio deste material, a não ser que haja autorização para isso. Guedes citou, em várias entrevistas ao longo da manhã, que o governo editou quatro medidas excepcionais consecutivas para autorizar o uso desses grãos no Estado nas últimas safras. O uso dos grãos "deverá ser ajustado no sentido de um porcentual ou na totalidade, mas que vai sair, vai", assegurou o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, após a inauguração da Expointer. Qualquer solução nessa linha "vem ao encontro do que nós buscávamos", disse Sperotto. Guedes reconheceu, em seu discurso, que mudou de opinião sobre o assunto após as negociações que manteve em Esteio, algumas delas tensas. O ministro mencionou que "ainda que viesse com a determinação de apresentar essa solução com vistas a que não mais utilizássemos essas sementes", foi "sensível a esta demanda", após um diálogo "franco e tenso em alguns momentos". Ele cobrou, no entanto, que a solução encontrada seja definitiva e tenha validade não apenas para a safra 2006/07. Antes da solenidade, ele havia defendido um acordo formal com os produtores rurais para "encerrar essa questão". "Precisamos encontrar uma saída definitiva para esta questão e esse é o compromisso que eu assumo aqui", declarou, no discurso. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) do Rio Grande do Sul, Ezídio Pinheiro, disse que a idéia de realizar uma troca de sementes certificadas pelos grãos próprios chegou tarde, pois não haveria tempo, segundo ele, de colocá-la em operação antes do plantio, que começa em outubro no Estado. Outras possibilidades citadas por Guedes ontem e hoje foram financiar a aquisição das sementes certificadas, doar o material, manter a situação atual ou liberar integralmente o uso dos grãos em poder dos agricultores. "Foi duro, foi difícil, foi brigado, mas chegamos a um entendimento", avaliou o presidente da Fetag.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.