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Guedes volta a pedir desculpa para empregadas domésticas e cita avó

Guedes reforçou que o Brasil está 'cheio de belezas naturais e as pessoas pensando em não viajar para o Nordeste'

Foto do author Julia Lindner
Foto do author Amanda Pupo
Por Julia Lindner e Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a pedir desculpas para as empregadas domésticas por suas recentes declarações, mas questionou "qual o problema" de fazer uma referência como essa. Na semana passada, Guedes falou que, na época do dólar mais baixo, "havia empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada". "Quando fazemos política econômica, estamos pensando em todos os brasileiros, particularmente os mais humildes. E aquele modelo antigo transformava os empresários em rentistas. Em vez de fazerem investimentos, criarem empregos, rentistas. E justamente as famílias mais humildes - empregadas domésticas inclusive, a quem eu peço desculpas se puder ter ofendido... a mãe do meu pai foi uma empregada doméstica", disse o ministro durante cerimônia de lançamento da nova linha de crédito imobiliário da Caixa.

O ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

"Qual o problema de você fazer uma referência como essa, mostrando que os preços estão empurrando a população em direções equivocadas?", emendou o ministro. Guedes reforçou que o Brasil está "cheio de belezas naturais e as pessoas pensando em não viajar para o Nordeste" e disse que as pessoas tiraram suas declarações do contexto. "Por exemplo, por que está 50% mais caro ir para o Nordeste brasileiro que ir para o exterior? Quem tira de contexto o que nós falamos está semeando discórdia, divisão entre os brasileiros em um momento que estamos incluindo milhões de brasileiros no financiamento da Caixa Econômica ao mesmo tempo que estamos desestatizando o mercado de crédito." Sobre as expectativas para o segundo ano de governo, Guedes falou que sua equipe continua "com o ritmo das reformas" e que, com isso, o País vai crescer 2%, e assim por diante. "Estamos recuperando a dinâmica de crescimento do País. Não precisamos temer a turbulência internacional. Evidente que há sempre efeitos, mas o Brasil sempre teve sua própria dinâmica de crescimento, é um país continental. É perfeitamente possível o mundo desacelerar, e isso está contratado, o mundo está em desaceleração sincronizada, está descendo, a América Latina está estagnada, e o Brasil vai decolar. O Brasil pode crescer porque tem uma dinâmica própria de crescimento." O ministro também disse que "é absolutamente natural que o juro de equilíbrio desça e que o câmbio de equilíbrio suba um pouco". "O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto."

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