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Guerra das geladeiras tem trégua de uma semana

Por Agencia Estado
Atualização:

Ministros brasileiros e argentinos conseguiram nesta quinta-feira uma trégua de uma semana no conflito comercial provocado pelas medidas de restrição às importações de eletrodomésticos do Brasil adotadas pela Argentina. A Argentina comprometeu-se a não regulamentar a medida pelo menos até a próxima quarta-feira, quando representantes governamentais e do setor privado se reunirão em busca de uma alternativa. Os dois governos também iniciarão, dentro de 15 dias, a discussão de uma política estratégia de desenvolvimento. A trégua foi obtida a partir das conversas dos ministros da Fazenda, Antônio Palocci Filho, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, com o ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna. "Não haverá a regulamentação da medida enquanto os dois lados estiverem negociando. Mas, a partir de quarta-feira, caberá ao governo argentino decidir se vai ou não aplicá-las", disse Furlan. Os dois países concordaram com a discussão de uma política estratégica comum para estimular a competitividade dos setores produtivos. Para Furlan, essa alternativa evitará que sócios do Mercosul continuem "se esgrimindo" em questões pontuais. O ministro disse que mostrou a Lavagna provas de que aumento das vendas brasileiras de eletrodomésticos neste ano é inferior às de 2001, antes da grave crise argentina. O ministro brasileiro negou que os argentinos tenham proposto a adoção de um mecanismo emergencial de ajuste, como barreiras comerciais em casos de elevação abrupta de importações, com prejuízo aos setores locais, problemas cambiais e desequilíbrios no crescimento dos dois países. "Não falamos de gatilho com ninguém. Não faz sentido adotar gatilhos", disse. Furlan advertiu que a ameaça argentina de estender as barreiras a outros setores brasileiros será como um "balde de gelo" sobre futuros acordos setoriais. Ele sugeriu que teria "quatro medidas na pasta" para serem aplicadas contra os produtos argentinos e lembrou já existe um acordo privado em vigência para o setor têxtil - um dos mencionados como possível alvo pelo governo argentino. "Se o governo argentino não honrar um acordo entre os setores privados, gerará desânimo sobre futuros acertos desse tipo."

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