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Guerra de ofertas para troca de telefone

Promoções marcam a chegada da portabilidade à Grande São Paulo

Por Renato Cruz
Atualização:

A portabilidade numérica, que permite trocar de operadora e manter o número, começou a chegar ao País em setembro do ano passado. A partir de amanhã, estará disponível na Grande São Paulo, completando 100% do território nacional. Com a portabilidade valendo para todos, as operadoras resolveram anunciar promoções para atrair clientes. Esse movimento pode fazer com que a possibilidade de trocar de prestadora e levar o número do telefone tenha um impacto maior no mercado. "A gente vê a portabilidade como uma grande oportunidade, principalmente em São Paulo", diz João Silveira, diretor de Mercado da Oi, última empresa de celular a chegar a São Paulo. A operadora adotou, há algum tempo, um modelo de negócios diferente dos concorrentes, voltado para a venda de chips sem subsídio de aparelhos. Com isso, oferece planos pós-pagos sem contrato de fidelidade: o cliente pode desistir quando quiser, sem pagar multa, porque a empresa não precisa recuperar o subsídio do aparelho. "Esta indústria é cheia de pegadinha", afirmou Silveira. "Fidelização é um eufemismo para manter o cliente preso por uma multa." O executivo acredita que os aparelhos bloqueados (que não funcionam com chips de outras operadoras) e os contratos de fidelização têm reduzido o alcance da portabilidade. Para atrair clientes, a Oi resolveu devolver parte do que o consumidor paga na conta do celular em crédito no cartão de crédito do Banco Santander. Mas por que não dar esse desconto direto na conta do celular? "Também existe essa opção", explicou o diretor da Oi. "Fizemos uma pesquisa que mostrou que o consumidor enxerga mais valor se o crédito vier no cartão." Sem deixar de oferecer aparelhos subsidiados, a Claro, segunda maior operadora celular do País, criou uma nova opção de plano pós-pago, chamado Claro Teste, em que o cliente pode desistir quando quiser, sem pagar multa. "Se ele optar por ficar, ele pode escolher um aparelho e assinar um contrato de 12 meses", apontou Erik Fernandes, diretor de Marketing da Claro. "Não acreditamos na ditadura de uma promoção só." Segundo Fernandes, "a portabilidade é um projeto vitorioso do ponto de vista técnico, que culmina com São Paulo". Ele disse que a empresa fez uma pesquisa para conhecer as principais dúvidas dos clientes sobre a portabilidade, e identificou o temor de poder mudar de operadora somente uma vez. Na verdade, não existe limitação. O consumidor pode mudar de operadora quantas vezes quiser. Se tiver contrato de fidelidade por vencer, precisa pagar a multa. "Com o Claro Teste, o consumidor fica o tempo que quiser", disse o executivo. A TIM , terceira maior na telefonia móvel, está apostando no produto TIM Fixo, serviço de telefonia fixa que usa a infraestrutura celular. "Nós estamos muito confiantes", disse Roger Solé, responsável pelo Marketing para Consumidores da empresa. A TIM está oferecendo o aparelho de graça para quem levar seu número fixo para ela. O telefone custa R$ 99. "No celular, temos uma estratégia de ataque e de defesa", disse Solé. A empresa está entrando em contato com os clientes pós-pagos com mais de 12 meses de contrato para oferecer aparelhos com mais desconto do que antes da portabilidade. Para os clientes que trazem o número de outra operadora, a TIM está oferecendo R$ 150 de desconto no aparelho, em cima da tabela promocional normal, que depende do plano. "Acreditamos que a portabilidade pode nos beneficiar no médio prazo", disse Solé. "Até agora, não foi um grande assunto. Acho que precisa de alguns meses para acertar os canais de vendas e informar o consumidor. No meio do ano, deve estar 100%." A Vivo, maior operadora celular do País, criou promoções especiais para o lançamento da portabilidade em São Paulo, que incluem mil minutos mensais gratuitos para chamar outros telefones da Vivo, durante três meses.

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