Publicidade

Guerra e recessão mundial fazem dólar disparar

A movimentação de tropas norte-americanas e os claros indicadores de recessão mundial estão dando o tom pessimista dos mercados. O dólar comercial para venda disparou, batendo novo recorde: R$ 2,7600. Os juros do DI a termo de um ano subiram para 24,000% ao ano e a Bovespa caiu 1,95%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Num dia muito tenso nos mercados, o dólar disparou e bateu novo recorde do real. O comercial para venda fechou na máxima de 2,7600. A alta de hoje deveu-se em grande parte ao envio de tropas norte-americanas para o Mediterrâneo e Golfo Pérsico. O movimento pode ser preventivo, mas conflitos no Oriente Médio trariam enorme pressão nos preços internacionais do petróleo, até agora inalterados. Além disso, a região é muito instável, acrescentando incertezas à já complicada situação militar que os Estados Unidos enfrentam. Além da guerra iminente, que comandará oscilações bruscas no mercado até que se chegue a uma solução definitiva, pronunciamento do presidente do Fed - banco central norte-americano - confirmou a tendência de recessão mundial. A esperança é que a recuperação seja rápida, especialmente dado o baixo patamar de juros internos. A taxa básica está em 3% ao ano e analistas esperam nova queda na próxima reunião bimestral do Fed, no dia 2 de outubro. Frente a esse cenário, as bolsas em Nova York continuaram em forte queda. Dólar deve continuar em alta O Brasil tem um rombo de cerca de US$ 50 bilhões em suas contas internacionais, que vem sido coberto nos últimos anos com investimentos estrangeiros, em grande parte diretos (de empresas multinacionais no País), mas também especulativos. Já se previa que a partir de 2001 o fluxo de capitais, especialmente no setor produtivo, cairia, mas a atual instabilidade internacional está interrompendo a entrada de dólares numa velocidade imprevista. E as exportações, que poderiam garantir a entrada de dólares, não estão reagindo no mesmo ritmo. Assim, as cotações disparam. Em entrevista ao editor André Palhano, o ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore afirmou que os brasileiros devem se acostumar com as constantes altas do dólar neste e no próximo ano. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,7600, com alta de 1,85%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 24,000% ao ano, frente a 23,840% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,95%. O índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou em queda de 4,28%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 4,37%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de 3,72%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.