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Gustavo Franco defende déficit fiscal zero

"Acho que é um movimento na direção correta", afirmou o ex-presidente do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco, defendeu déficit fiscal zero no próximo governo. "Acho que é muito bom e é um movimento na direção correta", disse nesta segunda-feira, em entrevista coletiva do lançamento do seu novo livro Crônicas da Convergência. Franco comparou o tempo que seria necessário para reduzir o atual déficit fiscal nominal, de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), com o início do superávit primário no governo Fernando Henrique Cardoso. "Conseguimos ir de zero de superávit primário para 3% do PIB em seis meses. Quanto tempo levaria para ir de 4% para 7%?", indagou, referindo-se à atual meta de superávit primário, que é de 4,25% do PIB. Questionado se não será mais difícil economizar 3% do PIB partindo de um patamar de superávit primário mais elevado, Franco disse: "Será? Não sei. Será que ninguém acredita que existe desperdício, que não existe onde cortar?", argumentou. O economista, que é filiado ao PSDB, afirmou esperar "que o próximo presidente use a autoridade que o povo lhe conferiu e use a tesoura onde achar melhor". Franco acredita que independente de quem será o presidente eleito, o próximo governo não irá alterar uma trajetória do Brasil em direção à classificação de risco de grau de investimento e de valorização de suas empresas em bolsas de valores. "Acho que com o candidato Geraldo (Alckmin) iria um pouco mais rápido", disse. De acordo com ele, o Brasil seguirá a trajetória de Portugal e Espanha, que atualmente são países ricos. Ele acredita também que entre os anos de 1995 e 2005 a Bovespa se valorizou o equivalente a US$ 442 bilhões. "Isso é enriquecimento na veia", disse. Para ele, a trajetória futura é de redução da taxa de juros, o que levará a esse tipo de enriquecimento.

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