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‘Há forte otimismo com relação ao leilão de energia eólica e biomassa’, diz Tolmasquim

Na avaliação do presidente da EPE, haverá uma ‘boa saída’ dos 10 mil KW ofertados

Por Kelly Lima e da Agência Estado
Atualização:

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse nesta terça-feira, 24, que há um forte otimismo com relação ao leilão de energia eólica e de biomassa que acontece amanhã. Sem querer revelar o volume estimado para ser arrematado entre os 10 mil MW que serão ofertados - "isso é um segredinho", disse - Tolmasquim avaliou que "boa parte terá saída". Sua avaliação, disse, está baseada principalmente na disposição dos investidores em energia eólica, que são maioria, e na rentabilidade alta prevista pelos que apostam na área de biomassa.

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"Ao contrário do passado, quando ter geração de energia numa unidade de produção de etanol era apenas um complemento de renda, agora a geração é importante para gerar fluxo de caixa", avaliou. Tolmasquim destacou que, apesar da geração eólica ser tradicionalmente mais cara do que a de biomassa, a expectativa de rentabilidade de ambas é bastante diferente e isso faz com que ambas sejam competitivas entre si. Segundo ele, enquanto no setor elétrico a rentabilidade média é de 10% a 12%, na geração com biomassa este índice chega a 17%. "Na geração eólica é comum encontrarmos rentabilidade inferior a 10%", disse.

Tolmasquim também demonstrou bastante otimismo com relação ao leilão de A-5 (leilão de contratação de energia proveniente de novos empreendimentos), que vai acontecer em dezembro. Segundo ele, é praticamente certo que a usina de Teles Pires, localizada no Mato Grosso, com 1,8 mil MW, será ofertada na ocasião. "Eu estava temeroso de que isso não seria possível, mas em conversa com o presidente do Ibama na semana passada recebi uma resposta bastante positiva de que a concessão da licença é prioridade para os próximos meses", disse, lembrando que a usina não está próxima a áreas indígenas ou quaisquer reservas ambientais.

Em entrevista durante evento promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, Tolmasquim também voltou a dizer que o Brasil está preparado para atender ao crescimento da demanda por energia elétrica, mesmo que o PIB se eleve em torno de 7% ao ano até 2014. Caso o crescimento do PIB seja de 5% ao ano, diz ele, haverá uma sobra de energia de 5 mil MW em 2014.

"Esta sobra só está ocorrendo porque ganhamos um ano de consumo com a crise econômica. Em 2009 houve forte retração e só agora a expansão da atividade econômica está fazendo com que retomemos os mesmos índices de 2008", destacou.

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