PUBLICIDADE

''Há risco de nova onda de bolhas de ativos''

Por Cláudia Trevisan
Atualização:

A metade de 2010 é o prazo final para os Estados Unidos apresentarem uma estratégia "crível e clara" de retirada gradual do pacote maciço de estímulo econômico adotado no ano passado, avalia o economista Stephen Roach, presidente do banco Morgan Stanley na Ásia, que há anos alerta sobre os riscos trazidos pelos desequilíbrios globais."Como temos uma liquidez alta, se não articularmos logo uma estratégia de saída, nós vamos ter uma nova onda de criação de bolhas de ativos, que será ainda mais desestabilizadora do que a que acabou de explodir", disse Roach ao Estado logo depois de participar do painel sobre economia global no encontro do Fórum Econômico Mundial em Dalian, na China. A seguir, a entrevista.Quando a "estratégia de saída" deve estar definida? Isso será absolutamente crítico na metade de 2010. Nós não temos muito tempo. Como temos uma liquidez alta, se não articularmos logo uma estratégia de saída, nós vamos ter uma nova onda de criação de bolhas de ativos, que será ainda mais desestabilizadora do que a que acabou de explodir. A lição do período que começa na bolha do fim dos anos 90 e vai até a recente explosão das bolhas de crédito e do setor imobiliário é a de que manter a expansão monetária por muito tempo cria as condições para o surgimento de novas bolhas. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem de definir uma crível e clara estratégica de saída.O que é uma estratégia de saída crível e clara? O Federal Reserve tem de 10 a 12 programas de injeção de liquidez em ação. É necessário definir como eles vão ser reduzidos e em que espaço de tempo. Quão dolorida é a estratégia de saída? A dor está na alternativa. Se não houver uma estratégia de saída, teremos bolhas de ativos desestabilizadoras e isso será mais dolorido.Talvez mais ainda do que os problemas que temos atualmente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.