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Há sinais de queda da demanda, avalia Fraga

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, afirmou que ainda é cedo para dizer que o crescimento do País está menor, julgando apenas os dados divulgados nos últimos dias (segundo os dados do IBGE, a produção industrial caiu 0,8% em março contra fevereiro e 3,8% em relação a março do ano passado). Esses números refletem, segundo ele, uma "reversão de expectativas" por conta das turbulências internacionais e das ansiedades no ?front doméstico?, que têm a ver, predominantemente, segundo ele, com a questão da sucessão e com o que vai acontecer com o país a partir de 2003. Mas Fraga admite que há sinais de que a demanda está caindo. "Se isso se confirmar, nós temos como responder. Isso leva a uma queda na inflação esperada e o BC tem mecanismos para amortecer essa situação - via taxa de juros". O presidente do BC diz que há sinais de que esse quadro já está contribuindo para o recuo da inflação. "O IPCA sai na semana que vem (mas, diferente do que disse Fraga, o IPCA de abril será divulgado hoje) e a nossa expectativa de algum tempo para cá tem sido de que a inflação vai virar e caminhar na direção das nossas metas e os sinais são bons", analisou. Fraga pede clareza dos candidatos O presidente do Banco Central fez questão de frisar, na entrevista, que o eventual uso da política monetária não é suficiente para garantir um bom desempenho econômico. Segundo Fraga, esses mecanismos "acabam tendo peso limitado, porque o peso do que se fará ao longo do resto deste ano, que é preservar a trajetória dos últimos anos, conta pouco diante do que vem depois". Neste ponto, Fraga repete o discurso que vem sendo feito desde o ano passado pelo ministro Pedro Malan, que é apelar para que os candidatos explicitem seus programas econômicos. Fraga considera que a confiança do consumidor e do investidor é fundamental para que o crescimento não recue e isso dependerá da capacidade dos candidatos à Presidência de garantirem que algumas das bases do atual governo sejam preservadas. Ele diz que os candidatos devem ?deixar claro aquilo que vai ser a base econômica de sua administração". Segundo ele, se a queda da confiança do consumidor e do investidor em geral vai se traduzir numa desaceleração ao longo do resto do ano, isso vai depender de uma série de respostas que os principais candidatos à Presidência da República vão ter de dar nesse período. ?Se isso não acontecer, acho que vamos ter vários meses de turbulência, com menos confiança, aí sim, confirmando o que parece ser uma ameaça de desaceleração".

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