Pesquisadores de cibersegurança afirmaram ter assumido o controle de um Model S, da Tesla Motors, e desligado o motor a baixa velocidade. Foi mais uma entre seis falhas significativas que os especialistas encontraram e que podem permitir que hackers assumam controle de veículos, de acordo com o jornal Financial Times.
O vice-presidente de tecnologia da empresa de segurança eletrônica Lookout, Kevin Mahaffey, e o principal pesquisador de segurança da Cloudflare, Marc Rogers, afirmaram que decidiram invadir um carro da Tesla porque a companhia tem a fama de entender mais de software do que outras montadoras, afirmou o FT.
“Desligamos o carro quando ele estava se movendo inicialmente a uma velocidade de cerca de 8 quilômetros por hora”, disse Rogers ao jornal. “Todas as telas (do painel) desligam, assim como a música (do rádio). E o freio de mão sobe, parando (o carro) bruscamente”. A técnica será detalhada na conferência de segurança eletrônica Def Con em Las Vegas na sexta-feira.
A Tesla confirmou a afirmação dos especialistas em cibersegurança e disse que tornou disponível ontem uma atualização para proprietários do veículo para corrigir o erro. A empresa, no entanto, disse que os hackers não desligaram o carro remotamente, mas de dentro do veículo.
“Nossa equipe de segurança trabalha em contato direto com a comunidade de pesquisa de segurança para assegurar que continuemos a proteger nossos sistemas contra vulnerabilidades, sempre fazendo testes de estresse, validações e atualizações”, declarou a empresa.
A Tesla é conhecida por seus carros elétricos e tem como presidente o bilionário Elon Musk.
Fiat Chrysler. O ataque contra o Tesla surge após uma ação similar contra um Jeep Cherokee, da Fiat Chrysler, no mês passado. A descoberta levou a companhia a realizar o recall de 1,4 milhão de veículos nos Estados Unidos.
A pedido de um jornalista da revista Wired, dois experientes hackers conseguiram invadir o sistema do Jeep Cherokee enquanto ele trafegava por uma estrada afastada perto de St. Louis, no Missouri, Estados Unidos. À distância, conseguiram manipular o som e o ar condicionado do veículo, além de fazê-lo parar.
Esta semana foi revelado que a Fiat Chrysler sabia da vulnerabilidade explorada pelos hackers há 18 meses, mas não avisou as autoridades de segurança de trânsito. Documentos obtidos pela Bloomberg mostram que a falha havia sido observada em janeiro de 2014. A montadora alega que não comunicou o fato pois não acreditava se tratar de algo que oferecesse riscos à segurança. A Harman, fabricante do sistema de entretenimento conectado usado no Jeep Cherokee, afirmou que a vulnerabilidade não parece estar presente em outras marcas e modelos de veículos que usam o equipamento. (Com agências internacionais).