O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu há pouco que a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), deverá atrasar um ano por conta da demora do licenciamento ambiental.
"Esperávamos obter a licença há algumas semanas. Como isso não aconteceu, vamos atrasar um ano a construção dessa usina, que é uma espécie de joia da coroa do sistema elétrico", disse Lobão, durante audiência pública na Câmara convocada para tratar do blecaute do dia 10 de novembro.
Com a previsão de atraso de um ano, feita pelo ministro, os primeiros megawatts de Belo Monte só deverão entrar no sistema em 2015 e não em 2014, como estava previsto.
No melhor cenário, o próprio Ibama estima que a licença prévia de Belo Monte - sem a qual não é possível leiloar a concessão do projeto - seja liberada no início do ano que vem. Esse licenciamento já gerou atritos entre o ministério de Minas e Energia e o Ibama e até entre o ministério do Meio Ambiente e o órgão licenciador. As tensões internas do governo foram evidenciadas há algumas semanas quando, devido às pressões para liberar a licença, dois importantes funcionários do Ibama pediram demissão do cargo: o ex-diretor de Licenciamento Sebastião Custódio Pires, e o ex-coordenador de Infraestrutura de Energia Leozildo Tabajara da Silva Benjamin.
Lobão voltou a dizer que o atraso em hidrelétricas, como o de Belo Monte, obriga o governo a recorrer a outras alternativas. "Seguramente mais caras e poluentes", disse.