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História longa e cheia de percalços

Bolsa de SP passou por várias crises e chegou a interromper atividades

Por José Henrique Lopes
Atualização:

Em 23 de agosto de 1890, quando teve início seu primeiro pregão, a então Bolsa Livre de São Paulo em nada se parecia com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de hoje, o maior centro de negociação de ações da América Latina e um dos principais do mercado mundial. Em vez da gritaria dos operadores, marca registrada da Bovespa "moderna", as negociações eram feitas de forma ordenada. Ao redor de um balcão, os interessados em comprar e vender ações aguardavam até que o diretor de pregão pronunciasse o nome das empresas em ordem alfabética. No lugar dos atuais painéis eletrônicos, as cotações eram acompanhadas em enormes lousas, onde funcionários escreviam e apagavam à medida que os números iam mudando. O primeiro tombo ocorreu com apenas um ano de operações - conseqüência da política do Encilhamento. Implementada para industrializar o País, a medida incentivava os bancos a concederem empréstimos sem nenhum rigor. Resultado: uma enorme especulação financeira, pois os créditos fartos permitiam que empresas abrissem e fechassem descontroladamente. Com isso, a bolsa teve de interromper as atividades. A história foi retomada em 1895, sob o nome Bolsa de Fundos Públicos, que, 40 anos depois, passou a ser chamada de Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Em 1960, com a realização de reformas no sistema financeiro do País, a bolsa foi desvinculada da Secretaria da Fazenda do Estado e ganhou a denominação que carrega até hoje: Bolsa de Valores de São Paulo. O pregão automatizado chegaria em 1972, fazendo da Bovespa a primeira bolsa do Brasil a divulgar informações por meio de terminais eletrônicos. Em seguida, as décadas de 1990 e 2000 trouxeram fases de modernização e integração. São desse período, por exemplo, as sucessivas trocas de plataformas tecnológicas de operação (cada vez mais modernas), o lançamento do home broker e a união com bolsas de todo o País. No ano passado, após uma abertura de capital, a Bovespa deixou de ser uma entidade sem fins lucrativos. Tornou-se uma sociedade, a Bovespa Holding, com ações cotadas em seus próprios pregões.

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