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Honda adia expansão e aumenta preços de motos

Por Agencia Estado
Atualização:

O projeto da Moto Honda da Amazônia de construir uma nova fábrica no Brasil para atender a crescente demanda por motocicletas será congelado. A decisão, anunciada hoje (30) pelo diretor da montadora, Paulo Takeuchi, é conseqüência da Medida Provisória que estabeleceu o fim do crédito tributário de Pis/Cofins para os componentes adquiridos dentro e fora da Zona Franca de Manaus. Novos investimentos da Yamaha e da Companhia Brasileira de Bicicletas (CBB)/Sundown também estão ameaçados. Segundo Takeuchi, que também preside a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), os preços dos produtos vão subir, em agosto, entre 8% e 12% e a demanda deve cair. Ele projeta que a produção de motos deve ter queda de 300 mil unidades ao ano e a de bicicletas, de 400 mil. "A redução vai ter impacto também nos empregos e pelo menos 3 mil empregos vão estar comprometidos ma cadeia de fabricantes e fornecedores." O setor emprega cerca de 15 mil funcionários. A MP, editada há uma semana, acaba com o crédito de imposto de 9,25% para as peças adquiridas fora da Zona Franca. O custo será repassado aos consumidores. "Ainda vamos tentar falar com o governo para mudar isso", diz Takeuchi. A medida também coloca em risco a projeção do setor, de bater recorde de produção este ano, com 1,05 milhão de motocicletas. As exportações, que neste ano já cresceram 53%, podem cair por causa da competitividade menor dos preços. A Honda, responsável por 80% da produção nacional, está investindo US$ 30 milhões para ampliar a fábrica de Manaus que, sozinha, terá capacidade para produzir 1 milhão de motos ao ano. "Esse investimento está avançado, por isso não vamos interrompê-lo", afirma o executivo. "Mas o plano de construir uma nova fábrica, que tinha grandes chances de ser em Manaus, será adiado." O setor de eletroeletrônicos também reclama da medida e deve se unir aos fabricantes de motocicletas para tentar convencer o governo a criar uma alternativa para evitar o aumento de custo da produção.

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