Publicidade

Honda antecipa férias coletivas em Sumaré

Empresa vai suspender a produção por 10 dias úteis por causa do risco de falta de componentes[br]vindos do Japão

Por
Atualização:

Mais uma montadora de origem japonesa, a Honda, vai adotar medidas de redução de produção para evitar desabastecimento total de componentes importados do Japão. A fábrica do grupo em Sumaré (SP) vai antecipar as férias coletivas dos 3,6 mil funcionários para 23 de maio a 3 de junho. Antes, a parada para manutenção das máquinas estava prevista para 18 a 29 de julho. Na segunda-feira, a Toyota suspendeu a produção na fábrica de Indaiatuba (SP), ação que será repetida em mais dois dias de maio. A unidade da Argentina suspenderá o segundo turno de trabalho durante três dias no próximo mês. As duas companhias recebem peças de fornecedores instalados no Japão, que tiveram a produção interrompida após o terremoto de 11 de março.No caso da Honda, a maior dificuldade é com componentes eletrônicos, como chips usados no módulo da injeção eletrônica. A fábrica produz diariamente 600 unidades dos modelos Civic, City e Fit. "Desde o desastre, o envio de componentes ficou defasado, por isso vamos suspender a produção para evitar o desabastecimento total de peças", disse Paulo Takeuchi, diretor da Honda do Brasil.Segundo ele, os fabricantes estão retomando a produção no Japão, mas parcialmente. Só para o transporte das peças ao Brasil são necessários de 40 a 45 dias. "Ainda temos estoque, mas queremos evitar o risco maior de falta", afirma Takeuchi, que não vê possibilidade de falta de veículos nas concessionárias, ao menos por enquanto.A Honda vendeu 27.786 automóveis e comerciais leves no Brasil no primeiro trimestre, ficando com 3,5% de participação nas vendas totais. A Toyota tem 2,8% do mercado, com 22.021 unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).Takeuchi informou que a matriz busca alternativas de fornecimento de peças em outros países, mas admite que há dificuldades na substituição de empresas que fazem itens eletrônicos.A fábrica de Manaus (AM), onde são produzidas motocicletas, continuará operando normalmente e só vai parar entre 27 de junho e 6 de julho para as férias coletivas programadas desde antes do terremoto.A Toyota, que ontem voltou a operar normalmente, suspenderá novamente a produção nos dias 6 e 20 de maio em Indaiatuba. Nos três dias, a empresa deixará de produzir 909 modelos Corolla. Na unidade argentina, onde são feitos a picape Hilux e o utilitário SW4, o segundo turno não vai trabalhar nos dias 13, 20 e 27 de maio, e 450 veículos deixarão de ser produzidos.A Toyota pode perder o posto de maior fabricante mundial de veículos para a General Motors e ficar atrás até mesmo da Volkswagen, segundo analistas. A empresa estima perda de produção de 300 mil veículos no Japão e 100 mil em fábricas de outros países até o fim do mês.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.