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HRT busca parceiro na África e alternativa para operação na Amazônia

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e RIO
Atualização:

As últimas duas semanas têm sido extremamente conturbadas para a petroleira HRT. Depois de enfrentar uma troca de comando - na diretoria executiva e no conselho de administração -, a companhia precisou convocar ontem uma teleconferência com analistas para minimizar os estragos causados pelo resultado frustrado do primeiro poço perfurado na Namíbia, África. O evento atraiu a participação de 130 profissionais, mas não conseguiu acalmar os ânimos. As ações da petroleira seguiram em queda livre, mesmo com a nova diretoria da HRT garantindo a viabilidade do projeto na Namíbia. No fim do pregão, os papéis amargaram perda de 3,8%, depois do tombo de 13,19% registrado na última terça-feira.Questionado sobre os rumos da campanha exploratória no país africano (principal aposta da companhia), o novo presidente da HRT, Milton Franke, foi taxativo ao afirmar que continua em busca de parceiros para o projeto Namíbia. Sem dar muitos detalhes, ele revelou que a HRT já mantém conversas com alguns potenciais parceiros."Nosso projeto da Namíbia hoje é muito mais forte que no passado", afirmou. Segundo ele, a perfuração no poço Wingat-1, onde foi descoberto óleo em escala não comercial, nunca teve como meta a produção. A intenção, segundo alegou, era coletar informações para servir de base para as novas perfurações. As amostras retiradas do primeiro poço, frisou Franke, indicam o potencial de descoberta de petróleo no local. Os analistas que participaram da teleconferência fizeram muitos questionamentos sobre o segundo poço, conhecido como Morumbi, previsto para começar a ser perfurado em duas semanas. Na tentativa de traçar um cenário mais promissor para a petroleira, a diretoria da HRT centrou forças em mostrar as diferenças entre os dois poços. "Seria como comparar os campos de Garoupa com o de Marlim. Eles são diferentes", explicou o presidente da HRT America, Joseph Paul, que, da Namíbia, participou da teleconferência. Segundo ele, os dois poços têm a mesma rocha geradora de alto potencial, mas, têm qualidade de reservatórios diferente.Para o executivo, o risco de perfuração do segundo poço no país africano caiu em função dos dados coletados durante as atividades no Wingat-1. Com as informações, ressaltou, será possível calibrar melhor os resultados sísmicos. Apesar do resultado fraco em Wingat-1, o presidente da HRT garantiu a viabilidade do projeto Namíbia, que, segundo ele, está mais "forte e robusto" do que nunca. O presidente destacou ainda que o potencial de óleo na região foi confirmado. "Já temos amostra de óleo nas nossas mãos. Vamos analisar o DNA do óleo para saber de onde ele vem", disse. Amazônia. Analistas aproveitaram a oportunidade também para saber detalhes sobre a campanha exploratória na Bacia do Solimões. Esta semana, a petroleira informou também a descoberta de um poço seco na região. Franke admitiu que a perfuração em Solimões ficou abaixo das expectativas e revelou que a companhia trabalha em uma nova estratégia para a exploração no local. "Em duas semanas definiremos como vamos proceder com as perfurações", disse. O executivo lembrou que ainda existem quatro áreas que não foram analisadas na Bacia e que têm potencial de descoberta de óleo. "Nosso modelo geológico foi atualizado", disse. Franke encerrou a teleconferência reforçando acreditar que a HRT está "no caminho certo".

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