O HSBC Holdings anunciou hoje que vai contabilizar uma redução de US$ 3,4 bilhões no valor contábil de seus ativos no terceiro trimestre, por empréstimos ruins em sua unidade HSBC Finance. Além disso, a instituição revelou expectativa de que esses créditos em liquidação vão permanecer altos em todo o segmento de empréstimos ao consumidor nos EUA, enquanto a crise de crédito se aprofunda. O banco divulgou esta manhã uma atualização de seu desempenho do terceiro trimestre e os resultados da HSBC Finance para o período. Às 8h37 (de Brasília), as ações do HSBC subiam 3,7% na Bolsa de Londres. Pouco antes do anúncio, os papéis avançavam 2%. Em suas operações globais, entretanto, o HSBC informou que continuou a registrar forte crescimento operacional na Ásia no período de três meses encerrado em 30 de setembro, e que o lucro antes de impostos em sua divisão de corporate, banco de investimentos e mercados seguiu em linha com o resultado do segundo trimestre. Em seu comunicado, o grupo britânico informa que o lucro antes de impostos no terceiro trimestre ficou acima do apresentado em igual período do ano anterior, e o resultado dos primeiros nove meses de 2007 também foi superior ao seu comparativo anual. No geral, o banco disse que o crescimento de sua receita básica foi maior no terceiro trimestre na comparação com o primeiro semestre do ano, sem fornecer números específicos. A instituição observa, porém, que foi "particularmente difícil calcular a perspectiva para o resto do ano e para 2008". "Em termos de risco, a extrema volatilidade no mercado financeiro - ditada pelo choque de liquidez - permanece mais do que uma remota possibilidade, com conseqüências adversas para o valor de todos os riscos e posições de trading", afirmou o HSBC. O HSBC Finance, sua divisão de crédito ao consumo nos EUA, registrou um aumento de US$ 300 milhões na provisão para perdas com empréstimos em sua divisão de hipotecas - que passou de US$ 2,1 bilhões ao final do segundo trimestre, para US$ 2,4 bilhões. No terceiro trimestre, o HSBC Finance obteve prejuízo líquido de US$ 1,102 bilhão, revertendo lucro de US$ 551 milhões apurado em igual período do ano anterior. No mesmo intervalo, as provisões para perdas com crédito passaram de US$ 1,384 bilhão para US$ 3,202 bilhões. Enquanto isso, sua receita com intermediação financeira registrou leve avanço, passando de US$ 2,602 bilhões para US$ 2,683 bilhões. O grupo afirma que sua exposição direta em obrigações de dívidas relacionadas ao mercado de hipotecas de risco (subprime) dos EUA é pequena e, por essa razão, desde o final do terceiro trimestre não tem contabilizado novas baixas contábeis significativas, como tem sido anunciado por diversas instituições financeiras. As informações são da Dow Jones.