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Hubner: mercado livre de energia enfrenta desequilíbrio

Por Wellington Bahnemann e LEONARDO GOY E GERUSA MARQUES
Atualização:

Após o resultado do leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, que terminou com preço de venda de R$ 78,87 por megawatt-hora (MWh) para as distribuidoras, o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, previu que o Brasil passará por um movimento de retorno de consumidores que estão no mercado livre para o mercado das distribuidoras. "Hoje, o mercado livre passa por um momento de desequilíbrio", disse o ministro. Segundo Hubner, o governo continuará a realizar leilões para garantir o abastecimento do mercado cativo (distribuidoras). "O mercado livre é livre. Esses consumidores irão buscar a sua energia", ponderou o ministro. Ele lembrou que durante as discussões do novo modelo do setor elétrico brasileiro houve uma grande pressão contra um suposto intervencionismo do governo no mercado. "A pressão foi grande e se caminhou para dois modelos, com um mercado livre." Para Hubner, algumas empresas que migraram para o mercado livre não tiveram a preocupação de firmar contratos de longo prazo e agora estão com dificuldades para adquirir energia para suas atividades. O ministro ponderou que o governo não possui nenhum estudo projetando como será esse movimento de retorno dos clientes livres às concessionárias. Vale lembrar que os consumidores precisam avisar com cinco anos de antecedência o retorno às distribuidoras. Na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, o preço final do leilão não representa um sinal distorcido para o mercado. Segundo ele, o que ocorre hoje em termos de preço da energia é um reflexo de falta de estudos de inventário de novas hidrelétricas, que forçou o governo a contratar energia térmica mais cara para garantir o abastecimento do País. "Com a retomada dos projetos hidrelétricos, a tendência é que os preços decresçam nos próximos anos", comentou o executivo.

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