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Iata não garante mais passagens da Varig

O diretor de Comunicações da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) considera "difícil" que as companhias aceitem passageiros da Varig sem a garantia de que serão reembolsadas no futuro

Por Agencia Estado
Atualização:

Empresas aéreas não têm mais obrigação de transportar passageiros cujos bilhetes foram emitidos pela Varig, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). "Um passageiro que tem um bilhete endossado pela Varig não deve esperar ser transportado por uma outra companhia", afirma o diretor de Comunicações da entidade, Anthony Consel. Questionado sobre a situação de brasileiros que estão no exterior neste momento com bilhetes emitidos pela Varig para outras empresas, Consel disse que considera improvável que outras companhias aceitem transportá-los. Ele ressalta que cada caso deve ser discutido com a companhia em questão, a própria Varig e a agência de viagem que eventualmente tenha emitido a passagem, mas insiste que considera "difícil" que as companhias aceitem passageiros da Varig sem a garantia de que serão reembolsadas no futuro. A decisão está em vigor desde segunda-feira, quando a Iata suspendeu a Varig da sua Clearing House (Câmara de Compensação), organização pela qual as empresas podem quitar as suas dívidas com as outras. Suspensão Segundo Consel, a Varig foi suspensa depois de ter pagado apenas parcialmente a mensalidade de abril, mas não revelou o valor da dívida. O representante diz, no entanto, que a companhia continua sendo membro da Iata. A suspensão significa também que a Varig não poderá mais emitir bilhetes endossáveis a outras companhias, o que significa que a empresa fica limitada exclusivamente às suas rotas. A Clearing House permite que empresas atendam a clientes de outras e depois sejam reembolsadas. "Normalmente, quando um passageiro apresenta um bilhete endossável que foi todo pago à Varig, a empresa o transporta e depois é reembolsada, por meio da Clearing House." Sobre o impacto da suspensão para a empresa, o representante da Iata diz que ela "restringe uma empresa a suas rotas, reduz a escala das suas operações e a impede de aceitar passageiros de outras empresas aéreas". Questionado sobre se a suspensão tornaria a situação da Varig ainda difícil, Consel disse que a situação já é bastante complicada. "Temos acompanhado a situação por seis, sete, oito meses", disse o porta-voz. "Temos que proteger as empresas (que estão na Clearing House)." "Temos muitas empresas que não são membros da Iata e se associam a Clearing House porque é um método muito eficaz e eficiente de a indústria acertar o pagamento de dívidas." Consel cita a suíça Swissair e a Sabena, da Bélgica, como exemplos de grandes empresas que foram suspensas da Clearing House no passado. Embora ambas tenham falido, o porta-voz diz que "não é extremamente incomum" que empresas excluídas da organização consigam ser restituídas. Para tanto, a Varig teria de pagar todas as dívidas atrasadas. Consel diz que não está sendo discutida a possibilidade de expulsar a empresa da Iata porque a Varig continua pagando as mensalidades como membro. As qualidades de continuar associada, segundo o representante da Iata, seriam ter seus interesses representados no lobby feito pela organização e contar com todos os "recursos" da organização à sua disposição. Star Alliance diz ainda aceitar passagens da Varig Em Frankfurt, um porta-voz da Star Alliance disse à BBC Brasil, nesta quarta-feira, que as companhias que fazem parte da aliança ainda estão aceitando passagens emitidas pela empresa brasileira. ?Até agora nenhuma empresa da aliança está recusando passagens da Varig.? Segundo ele, até que uma decisão definitiva sobre a empresa seja tomada, ?tudo continua a correr normalmente?. Ainda de acordo com a Star Alliance, passageiros da Varig também continuam podendo trocar suas milhas por vôos de empresas da Star Alliance. Emergência Os membros da Star Alliance já teriam planos de emergência para a possibilidade de mais cancelamentos de vôos da Varig nos próximos dias. Porém, o grupo não revela detalhes sobre o que poderia fazer e que impacto isso teria para os passageiros da Varig. Até hoje só uma empresa da aliança foi à falência: A Ansett, da Austrália, em 2001, que era bem menor que a Varig. Um alto funcionário da Varig na Alemanha estima que de 12 mil a 15 mil turistas brasileiros estejam atualmente no país, a maioria deles devido à Copa. Ele disse que a situação nos aeroportos de Frankfurt e Munique, em que a Varig tem vôos, está tranqüila, mas que isso poderá mudar na sexta-feira, quando um juiz americano deverá decidir sobre o arresto de mais aviões da empresa pedido por empresas de leasing aéreo americanas. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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