
16 de março de 2014 | 02h06
Em destaque está o fato de que a variação trimestral do PIB, segundo o modelo do Banco Central, diferente do do IBGE, oscilou de -0,09%, em dezembro, para -0,47%, em janeiro. E, se essa tendência não mudar, o IBC-Br deverá apresentar uma elevação não superior a 0,2% neste trimestre. Ou seja, será preciso que a economia ao menos se mantenha no ritmo atual, nos próximos meses, para que o PIB cresça ao redor de 1,4% este ano, como preveem departamentos econômicos de grandes bancos privados e consultores independentes.
O indicador do Banco Central foi coerente com duas pesquisas relevantes divulgadas na semana pelo IBGE, sobre as vendas do comércio varejista e sobre a produção industrial. Também esses levantamentos apresentaram números superiores aos previstos, mas sem alterar a tendência de desaceleração do ritmo da atividade. Em janeiro, o crescimento da indústria não recompôs a queda da produção de dezembro, enquanto o comércio precisou oferecer preços bem mais convidativos que os de dezembro para vender um pouco mais. Ou bens de estação, procurados por causa do clima quente.
Uma pesquisa privada (o PIB mensal estimado pelo Itaú Unibanco) mostrou alta do PIB de 1,2%, entre dezembro e janeiro, e também de 1,2% comparado a janeiro de 2013. Foi outro exemplo da evolução insatisfatória da economia brasileira.
Como exceção, a Pesquisa Industrial Mensal-Regional do IBGE, divulgada sexta-feira, mostrou que as indústrias dos Estados mais fortes da Região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) apresentaram crescimento expressivo em janeiro - respectivamente, de 3,5%, de 2,6% e de 7%. Historicamente, a recuperação da indústria das áreas mais desenvolvidas antecipa um momento melhor da economia.
Nos próximos meses se saberá com clareza se o juro alto e a importação crescente continuarão - e em que grau - sufocando a economia.
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