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IBC-Br indica crescimento menor do PIB no 2º trimestre, avaliam economistas

Em geral, analistas falam sobre estagnação da atividade econômica e chegam a citar possibilidade de recessão técnica

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Fernando Travaglini , Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e
Atualização:

A alta de 0,12% em abril ante março do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a queda anual de 2,29% e outros indicadores econômico já referentes a maio mostram que a economia caminha para uma outra leitura fraca do desempenho do Produto Inter Bruto (PIB) no segundo trimestre, segundo economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

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No primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu 0,2% na comparação com o último trimestre de 2013, segundo o IBGE.

O economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, espera uma taxa próxima de zero para o PIB do segundo trimestre, mas que pode ficar negativa ou positiva dependendo do comportamento do varejo em maio e junho já que a indústria anda mostrando desempenho fraco.

"Os dados referentes ao mês de abril sugeriam uma atividade estagnada. Afinal, a indústria recuou 0,3% e o varejo ampliado cresceu 0,6%", disse Serrano. Ainda de acordo com ele, mesmo com uma recuperação no segundo semestre o PIB deve crescer apenas 1,2% em 2014.

Na visão do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o indicador do Banco Central confirma uma "relevante desaceleração da atividade". Segundo ele, começa a fazer sentido a discussão sobre uma eventual recessão técnica no País.

Opinião semelhante tem o Bradesco, para quem a queda do IBC-Br de abril na comparação interanual é compatível com a expectativa do banco de desaceleração do PIB no segundo trimestre deste ano.

"Levando em conta a queda do indicador na comparação interanual e considerando-se outros indicadores coincidentes referentes a abril e maio, continuamos acreditando que o PIB do segundo trimestre apresentará desaceleração ante o período anterior", diz o banco em relatório para clientes.

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A avaliação do diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira, é de que o resultado do IBC-Br de abril ante março de 2014 mostra que "economia está estagnada e assim ficará no primeiro semestre". Silveira afirmou que mesmo com a revisão feita no IBC-Br de março ante fevereiro, de queda de 0,11% para alta de 0,04%, o cenário é de dificuldade para uma reação da economia na primeira metade de 2014.

"O juro real começou 2014 muito alto e pesou nos primeiros meses deste ano, o que dificultou consumidores e empresas, com operações encarecendo para os dois lados", disse Silveira.

O economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otavio de Souza Leal, mantém sua visão de que a economia brasileira está estagnada. Para ele, o número de abril reforça a percepção de que o PIB do segundo trimestre será baixo.

"Os dados do IBC-Br sempre muito próximos de zero mostram uma economia estagnada. Não é uma catástrofe, mas mostram a dificuldade de a economia decolar", diz Leal. O economista não espera que a taxa de crescimento do segundo trimestre seja negativa, mas prevê uma retração no terceiro trimestre. Segundo ele, o PIB agrícola, que tem peso importante no número cheio, deve sofrer com a quebra de safra do café da ordem de 10% em função da seca. Para o ano, Leal projeta expansão de 1,2% para o PIB.

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