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IBGE aponta queda no desemprego e na renda

Número de ocupados ficou em 20,69 milhões, aumento de 3,1% em relação a 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 10,0% em setembro, depois dos 10,6% registrados no mês de agosto. A taxa de desemprego registrada em setembro de 2005 foi de 9,6%. O resultado apurado no mês é o menor desde janeiro de 2006. O rendimento médio real dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em R$ 1.030,20 em setembro, com queda de 0,8% em relação a agosto, segundo o IBGE. Na comparação com setembro de 2005, a renda média teve aumento de 2,7%. A queda de 0,8% no rendimento médio dos trabalhadores em setembro em relação a agosto, apurada pelo IBGE, foi puxada especialmente pelo grupo dos empregadores, que recebem os maiores rendimentos, segundo explica Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Os empregadores apresentaram um recuo de 4,1% no rendimento no período, mas, ainda assim, a renda desse tipo de inserção no mercado chegou a R$ 2.795,80 em setembro, quase três vezes maior do que a média de R$ 1.030,20 apurada para o total dos ocupados. Ainda que esse grupo tenha uma pequena participação, apenas 4,8% no total dos ocupados nas seis regiões, tem um peso forte no rendimento. Segundo Azeredo, a queda do rendimento médio em relação ao mês anterior pode estar relacionada também ao aumento no número de ocupados, já que quando entram mais pessoas no mercado de trabalho, com salários iniciais abaixo da média, a renda acaba sendo puxada para baixo. Em termos regionais, os principais impactos de queda no rendimento em setembro ante agosto foram dados por Recife, onde a renda caiu 3,3% no período, e por São Paulo, onde a redução foi de 2,3%. A taxa média de desemprego apurada em 2006, de janeiro a setembro, foi de 10,2%; no mesmo período de 2005, a taxa registrada foi de 10,0%. As taxas apuradas em 2005 e 2006 são bem inferiores às registradas nos nove primeiros meses de 2004, quando a média foi de 11,9%, e 2003, que teve média de 12,4%. Ocupados O número de pessoas ocupadas chegou a 20,69 milhões, crescendo 1,2% em relação a agosto e 3,1% em relação a setembro de 2005. Enquanto isso, a população desocupada totalizou 2,29 milhões de pessoas, representando uma queda de 5,3% ante agosto e aumento de 7,1% ante setembro de 2005. A maior escolarização da população está se refletindo no mercado de trabalho, segundo Azeredo. No caso da população desocupada, enquanto 37% do total tinham 11 anos ou mais de estudo (pelo menos o ensino médio) em 2002, em 2006 o porcentual chegou a 47%. O aumento da escolarização se repete também no caso dos ocupados. Em 2002, 46% da população ocupada tinham onze anos ou mais de estudo. Em 2006, o porcentual de ocupados com pelo menos o ensino médio é de 52%. Azeredo lembrou que "o número de ocupados tende a crescer no segundo semestre do no com a contratação de trabalhadores na indústria e, mais no final do período, no comércio". Segundo ele, "o principal efeito nessa taxa é o processo sazonal de final de ano". Em termos regionais, a menor taxa de desemprego apurada pelo IBGE durante o mês de setembro foi registrada no Rio de Janeiro, com índice de 7,5%; enquanto a maior entre as seis regiões foi registrada em Salvador, com 13,6%. Em São Paulo, onde estão cerca de 40% dos ocupados nas seis regiões apuradas, a taxa foi de 11,1%, menor do que a registrada em agosto, quando o nível de desemprego chegou a 11,6%. Reação O mercado de trabalho reagiu no mês de setembro, com a criação de 244 mil postos de trabalho em relação a agosto, segundo sublinhou Azeredo. Segundo ele, como os trabalhos temporários gerados pelas eleições podem ter influência nesse resultado, é preciso esperar os resultados de outubro e novembro para "confirmar a tendência" de recuperação mais forte do mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do País. Em setembro, o número de empregados na indústria cresceu 1,9% em relação a agosto, com mais 66 mil vagas. Outros acréscimos importantes ocorreram em outros serviços (que incluem trabalhos em agremiações e partidos políticos, com aumento de 1,6%, ou 56 mil vagas) e serviços prestados às empresas, com aumento de 118 mil novas vagas, 4,1% maior que agosto. Azeredo sublinhou também que, ao contrário do que vinha ocorrendo em meses anteriores, a demanda por uma vaga no mercado de trabalho foi atendida em setembro, comparativamente a agosto. O número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) caiu 5,3% no mês ante agosto, com decréscimo de 128 mil pessoas nessa situação. Esta matéria foi atualizada às 14h13 para acréscimo de informações.

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