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IBGE: crise não afetou emprego, mas não está 'blindado'

Por Jacqueline Farid
Atualização:

Os dados da pesquisa mensal de emprego de setembro mostram que o mercado de trabalho ainda estava imune à crise que se agravou no mês passado, segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo. "O mercado de trabalho ainda é forte, não vamos dizer que é blindado, mas ainda não há efeitos da crise", disse. O argumento de Azeredo é que a taxa de desemprego ficou estável, "o que já era esperado", a formalidade (emprego com carteira assinada) prosseguiu em alta, a renda média real prossegue em trajetória de expansão e o número de ocupados também cresceu. "Não há nenhum sinal de que o mercado de trabalho esteja sofrendo com a crise econômica", acrescentou. O aumento no rendimento médio real dos trabalhadores em setembro refletiu o recuo na inflação e a alta no número de contratações com carteira assinada, segundo Azeredo. Segundo o IBGE, a renda média real aumentou 0,9% em setembro ante agosto e 6,4% ante setembro do ano passado. A renda é deflacionada pelo INPC médio das seis regiões metropolitanas pesquisadas. Azeredo ressaltou também que o rendimento real na média de janeiro a setembro ficou em R$ 1.239,12, ou 3,2% maior do que a renda de R$ 1.200,72 apurada no mesmo período do ano passado. O gerente de pesquisa do IBGE disse que só um cenário muito atípico evitará que a taxa de desemprego fechada de 2008 seja a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. A taxa média de desemprego de janeiro a setembro foi de 8,1% este ano, bem inferior à taxa média para o período de 9,7% apurada em 2007. A taxa média no total do ano passado foi de 9,3%. Azeredo destacou também o aumento no nível de ocupados (porcentual de pessoas em idade ativa que estão ocupadas) para 53% em setembro, ante 52,6% em agosto, o que ele considera uma elevação significativa. De acordo com ele, todos esses resultados mostram força do mercado de trabalho. "A crise ainda não chegou ao mercado de trabalho, será preciso esperar os dados dos próximos meses, especialmente de dezembro e janeiro, para checar se haverá efeito da crise no emprego", disse.

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