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IBGE: emprego na construção tem queda  ‘surpreendente’ em SP

População ocupada no setor nos primeiros quatro meses do ano caiu 3,2% em média

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Por Redação
Atualização:

RIO - A queda da população ocupada na construção nos primeiros quatro meses deste ano, de 3,2% em média, é surpreendente, se considerada a alta de 2,5% registrada no setor em igual período do ano passado, informou o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. O quadro é ainda mais surpreendente na região metropolitana de São Paulo, onde a população ocupada na construção, na média de janeiro a abril deste ano, caiu 1,4%, enquanto, em igual período do ano passado, avançou 8,7%. "O problema da construção foi em dezembro, janeiro e fevereiro. O motivo é uma incógnita. Mas, certamente, não tem a ver com perda de poder de compra ou com atividade, senão aconteceria em todas os setores", afirmou o economista. Azeredo avalia que a construção foi o setor que mais demonstrou perda expressiva da população ocupada em abril, de 5,5% comparada a março. Já a indústria, que na mesma base de comparação apresentou queda de 0,3%, é motivo de alerta, por conta da sua importância no mercado de trabalho. A indústria responde por 16% da população ocupada do País. Na média de janeiro a abril de 2012, a variação da população ocupada na indústria foi de 0,3%, enquanto, em igual período deste ano, foi de -0,1%. "É possível dizer que indústria está estável neste ano. Mas não deslancha ainda. Isso pode acontecer a partir de maio. Não vejo um quadro de piora no mercado de trabalho", afirmou Azeredo.

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'Melhora qualitativa'

O mercado de trabalho demonstrou melhora qualitativa em abril, segundo o IBGE. No mês passado, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 3,1% em comparação com igual mês de 2012. Ao mesmo tempo, o número de empregados sem carteira no setor privado caiu 5,8%, considerando a mesma base de comparação. A análise do coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, é que, independentemente da atividade econômica, o País passa por um período de mais fiscalização das leis trabalhistas, o que está forçando os empregadores a formalizar os trabalhadores, assinando suas carteiras. "Nem na crise de 2008 o número de carteira de trabalho deixou de subir, o que está relacionado ao processo de fiscalização. Houve uma saída de cena do emprego sem carteira", disse o economista. 

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