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IBGE: impacto de tarifa de ônibus se concentrou em julho

Por Antonio Pita
Atualização:

A inflação voltou a um ritmo "normal" em agosto após o forte impacto das revogações de aumento nas tarifas de transporte urbano em julho, pressionando a taxa, registrada em 0,03%. A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, ao comentar o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 6."A grande queda, o impacto da queda das tarifas, ficou concentrada em julho. A queda de agosto, de 0,2%, foi um resíduo, que ajudou a conter a taxa. No total da inflação deste mês, 0,21% veio dos transportes e dos alimentos, o que explica completamente a diferença em relação ao mês anterior", disse a coordenadora.O Transporte tem peso de 19,02% na inflação mensal. Em agosto, o item caiu 0,06%, ante recuo de 0,66% em julho. A queda é explicada por novas reduções de tarifas em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Em dois meses, segundo o IBGE, as reduções no item já chegam a 3,51%.Já os alimentos pesam 24,56%. Somados, Transportes e Alimentos representam quase a metade do peso no indicador. "Qualquer variação que aconteça tem repercussão forte no bolso do consumidor", disse Eulina dos Santos.O item de alimentos é o que apresenta maior aumento acumulado no ano, com 10,46%. "Há uma menor intensificação de crescimento de preços desde o início do ano, mas os alimentos ainda não devolveram o que subiram durante todo esse período, mesmo com a estabilidade verificada em agosto".No vetor oposto, entre as principais reduções de preços no acumulado do ano está a tarifa de Energia Elétrica, que passou por desoneração do governo federal no início de 2013. O item tem peso de 2,66% no cálculo da inflação no ano. "A energia elétrica residencial teve o maior impacto de queda sobre o índice da inflação. Contribuiu com uma queda de 0,57 ponto porcentual na taxa anual, após acumular queda de 17,08% no ano", disse.

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