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IBGE indica desaceleração rápida do emprego

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Por Redação
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Entre janeiro e fevereiro, a taxa de desocupação da mão de obra aumentou de 5,3% para 5,9% e houve piora generalizada do emprego nas seis principais regiões metropolitanas do País, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE. Caíram a renda média dos trabalhadores, a massa salarial e o número de trabalhadores com e sem carteira assinada. "É mais um sintoma de que o desemprego deve começar a subir fortemente este ano", avaliou um economista especializado no setor, José Márcio Camargo.Entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2015, a taxa de atividade - medida pela proporção de pessoas economicamente ativas em relação à população em idade ativa - caiu 0,6 ponto porcentual, de 56,1% para 55,5%, a mais rápida dos últimos 12 anos, segundo a consultoria Schwartsman&Associados, do ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman. Foi um sinal, segundo a consultoria, de que está chegando ao fim "a resistência do mercado de trabalho".Cortes maciços foram registrados no setor de serviços: 70 mil em serviços pessoais, que incluem manicures, esteticistas e cabeleireiros; 34 mil em alojamento e alimentação; e 30 mil em transporte terrestre. Como calcula a técnica do IBGE Adriana Beringuy, 229 mil trabalhadores foram dispensados no mês e 608 mil entre dezembro e fevereiro.Os números seriam piores se a indústria não tivesse contratado 12 mil pessoas. Os serviços domésticos, de sua parte, absorveram 21 mil pessoas. Só em São Paulo, onde o desemprego mensal aumentou, a indústria abriu 64 mil vagas. Mas o comércio cortou 25 mil, outros serviços suprimiram 95 mil e o setor de educação, saúde e administração pública demitiu 27 mil pessoas.A escalada inflacionária foi determinante da queda de 2,5% mensal da massa de renda habitual dos ocupados. Entre os meses de fevereiro de 2014 e de 2015, essa queda foi de 1,5%. O rendimento médio real dos trabalhadores diminuiu de R$ 2.194,22, em janeiro, para R$ 2.163,20, em fevereiro.Os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho começaram em 2014. Como as políticas de pessoal não mudam de uma hora para outra, o que ocorre agora não pode ser debitado à política de austeridade, mas à tendência de queda da atividade, agravada em 2014. O risco, para os trabalhadores, é de que se acentue um processo de desgaste da renda real, decorrente do fim dos subsídios à eletricidade, aos combustíveis e ao consumo em geral.

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