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IBGE melhora em 1,1 milhão de toneladas a previsão para a safra agrícola de 2018

Produção total no campo neste ano deve ser de 227,2 milhões de toneladas, o que representa o segundo maior resultado da história, atrás apenas do registrado em 2017, quando a produção foi de 240,6 milhões de toneladas

Por Daniela Amorim (Broadcast)
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RIO - A safra agrícola para 2018 deve totalizar 227,2 milhões de toneladas, informou nesta quinta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, se confirmado, será o segundo melhor da história para o agronegócio, ficando atrás apenas da safra recorde de 240,6 milhões de toneladas registrado em 2017

Em relação à 1ª estimativa da safra 2018, divulgada em fevereiro (226,1 milhões de toneladas), a produção para este ano aumentou 0,5%. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,9% da produção e 86,8% da área a ser colhida.

Safra agrícola de 2018 deve ser 5,6% menor do que em 2017, aponta IBGE Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em relação a 2017, a previsão é de aumento de 2,5% na área da soja e reduções de 7,1% na área do milho e de 3,3% na área de arroz. Quanto à produção, devem ocorrer reduções de 1,6% para a soja, 13,5% para o milho e 5,7% para o arroz.

Produção de fevereiro. Entre os trinta principais produtos, quinze apresentaram variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (12,1%), amendoim em casca 2ª safra (12,0%), aveia em grão (15,4%), cacau em amêndoa (0,6%), café em grão-arábica (17,1%), café em grão-canephora (7,0%), castanha-de-caju (10,4%), cevada em grão (29,9%), feijão em grão 2ª safra (8,7%), mamona em baga (29,9%), mandioca (1,2%), sorgo em grão (9,2%), tomate (1,9%), trigo em grão (44,3%) e triticale (38,7%).

Os quinze produtos com queda foram: amendoim em casca 1ª safra (-4,6%), arroz em casca (-5,7%), banana (-1,3%), batata-inglesa 1ª safra (-11,4%), batata-inglesa 2ª safra (-3,8%), batata-inglesa 3ª safra (-15,8%), cana-de-açúcar (-2,2%), feijão em grão 1ª safra (-0,7%), feijão em grão 3ª safra (-6,7%), fumo (-3,3%), laranja (-1,5%), milho em grão 1ª safra (-14,9), milho em grão 2ª safra (-12,8%), soja em grão (-1,6%) e uva (-16,3%).

Crescente. A previsão para a safra agrícola deste ano já aumentou consideravelmente desde as primeiras estimativas, feitas ainda em 2017, na época do plantio. Apesar da melhora, ainda será difícil alcançar o nível recorde de 2017, na avaliação do analista Carlos Alfredo Guedes, da Coordenação de Agropecuária do IBGE. "A safra de 2018 já aumentou em 7 milhões de toneladas desde o primeiro prognóstico, que foi em outubro. No primeiro prognóstico, as culturas ainda estavam sendo plantadas. Teve avanço de área (plantada) da soja e melhoria da produtividade tanto da soja quanto do milho", justificou Guedes. As previsões mais otimistas são puxadas por uma melhora nas condições climáticas ao longo dos últimos meses. "Choveu bastante em diversas regiões, beneficiou a cultura", apontou Guedes. Apesar da queda esperada na produção, a área a ser colhida este ano está 0,3% maior do que a de 2017. O excesso de chuvas atrasou o plantio da soja, e agora atrasa também a colheita do grão, o que pode afetar as previsões para a segunda safra de milho, explicou o pesquisador. "Como está chovendo bastante, estão tentando colher a soja o mais rápido possível para aproveitar essa janela de plantio do milho. O produtor tem de plantar o milho o mais cedo possível, entre fevereiro e março, para a planta se desenvolver bem. Mas eles estão com dificuldade de colher a soja, então, o milho de segunda safra pode sofrer revisões. As máquinas muitas vezes ficam paradas no campo e não podem colher a soja. E essa soja colhida também tem um grau de umidade bem alto, pode precisar passar por processo de secagem, aumenta mais o custo para o produtor", justificou Guedes. "Além disso, o preço do milho não está tão alto quanto no início de 2017. Em 2017, o preço estava alto e os produtores apostaram mais", lembrou.

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